segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Piazza San Marco: A Piazzeta e as Procuradorias


O coração veneto bate em Veneza e o de Veneza bate na Piazza San Marco.
Definida por Napoleão como o mais belo salão de festas da Europa, rodeado de obras-primas, visitar
San Marco é um prazer inesquecível. Vamos começar pelo “portão” que dá acesso ao salão para quem vem do mar: a Piazzeta San Marco (foto abaixo), na verdade um prolongamento da grande praça, bem na margem do Canal Grande, e que tem de um lado o Palácio dos Doges e do outro a Libreria Sansoviniana, que abriga a Biblioteca Marciana.




Ali estão as duas colunas de granito originárias de Constantinopla: no topo de uma delas está a estátua de São Teodoro e no da outra, o leão de São Marcos.
Mas é ao atravessar a Piazzeta que entramos na praça monumental tendo, à direita de quem entra, o Palácio dos Doges, em seguida a Basílica. Os outros três lados são fechados pelas Procuradorias Velha, a Novíssima, dita Napoleônica, e a Nova. No ângulo formado com a Piazzeta e a Nova, fica o Campanário.
Sem discordar que a Piazza San Marco parece um belo salão de baile, gosto também de compará-la a um teatro: as três Procuradorias cercam a “platéia” que dá para o “palco” onde estão, em esplendor, o Palácio Ducal e a Basílica.
As Procuradorias são imponentes edifícios que têm esse nome porque ali se alojavam os Procuradores de São Marcos, o mais prestigiado cargo vitalício da República de Veneza, que só deviam obediência ao Doge. O primeiro procurador foi nomeado no século IX para cuidar da construção e administração da Basílica; em 1442, já eram nove os procuradores que formavam o Conselho Maior.
A Procuradoria Velha fica ao norte da praça; a Nova, ao sul; e a Novíssima, a oeste. A Velha mede 152 metros desde a Torre do Relógio até a Novíssima. Tem 50 arcadas que correspondem a 100 janelas nos dois andares superiores. A original, do século XII, foi destruída pelo fogo e a que vemos hoje é do século XVI.
A Nova foi iniciada em 1582 e respeita o desenho arquitetônico da primeira, o que colabora para a harmonia da praça. Ficou pronta em 1640. Já o edifício da Novíssima tem uma origem pouco nobre... Ali ficava, entre dois prédios, a Igreja de San Geminiano, uma das mais antigas de Veneza e da qual já se tinha notícia no século VI. Pois foi por vontade de um filho de Josefina, Eugênio, que se demoliu a igreja para unir as duas construções e assim fechar o “salão mais belo” com a ala Novíssima, ou "Napoleônica".
As três Procuradorias hoje abrigam nos andares superiores diversos museus, e a diretoria dos Museus Cívicos Italianos. Sob as belas arcadas, lojas de arte, joalherias e cafés, entre eles o inacreditável Caffè Florian, de 1720, ainda em funcionamento. Sentar numa das mesas externas do Florian e ficar olhando longamente a praça é um presente de Deus. Sente e agradeça.


Na imagem acima, a praça vista por Canaletto (1730) desde a Igreja de San Geminiano, que ficava onde hoje está a Procuradoria Novíssima. (à esquerda a Procuradoria Velha e à direita, a Nova)

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