sábado, 15 de setembro de 2012

AINDA SOBRE O MENSALÃO

                                                                                                                  Tarcísio Brandão de vilhena
 
Talvez muitos ainda não saibam, mas ministros do Supremo Tribunal Federal - como regra geral- levam vidas discretíssimas, e deles, a esmagadora maioria da população ignora até os nomes. Entretanto, com o julgamento do mensalão, estão sendo reconhecidos e aplaudidos em restaurantes, shopping centers e parques públicos em Brasília.
A começar, pelo que se poderia prever, pelo severo relator do caso, ministro Joaquim Barbosa.
O vento purificador que, até agora, vem soprando desde o Supremo Tribunal Federal no trato implacável que a maioria de seus ministros tem conferido ao processo do mensalão faz sentir seus efeitos.
Repito, para alguns leitores apressados: A MAIORIA de seus ministros. Não todos.
Não sei como terminará o julgamento. Ainda falta muita coisa — muitas acusações a serem comprovadas, muitos réus a serem escrutinados, muitas horas de trabalho dos ministros.
Mas, sem querer parecer otimista, ouso dizer que uma condenação rigorosa de altos figurões da República, como se esboça, possa ser um divisor de águas num país que há décadas vem melhorando em quase todos os setores, em quase todos os indicadores sociais e econômicos — mas que ainda chafurda na miséria moral da impunidade dos poderosos, no escárnio dos que roubam o dinheiro público, na empáfia de quem frauda e assalta o alheio sorrindo, de gente capaz de falsificar remédio para câncer a fim de ganhar dinheiro sabendo que não vai para a cadeia, ou de matar pelas costas uma ex-namorada, ser réu confesso e ainda assim, com advogadões, conseguir permanecer dez anos em liberdade após ser condenado antes de, finalmente, ser encerrado numa cela.
















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