Tarcísio Brandão de
Vilhena
Muito se tem falado ultimamente sobre assimilação à cultura ocidental pelos os Asiáticos. Na música erudita sempre surgem instrumentistas que alcançam o estrelato. Três são os paises que mais contribuem ao surgimento de pianista ou violinistas que se dedicam à interpretação da musica erudita ocidental. A China é o país com consideravel número de instrumentistas, seguida pelo Japão e Coréa do Sul, cuja orquestra Filarmônica de Seul alcançou renome internacional. Alguns maestros asiáticos chegaram ao estrelato como o Sul Coreano, Myung-Whom Cung, maestro titular da Filarmônica de Seul, dono de uma técnica impecável e de notável sensibilidade na condução de partituras dificeis como as de Mahler, cuja leitura ele a faz levando-se em conta todas as matizes da musica, procurando interpretá-la tendo-se em conta aquilo que o compositor se dispôs expressar.
Entre os vários instrumentista Asiáticos, destaco tês pianistas Chineses que alcançaram fama internacional: Youndi Li, Lang Lang e Yuja Wan.
Yundi Li é o mais virtuoso dos três e com uma extraordinária técnica. Ele não auto se promove como Lang Lang o faz, resultado é uma musica de melhor qualidade, reconhecida por quem realmente importa e entende. Lang Lang, o que está mais em evidência, não sacraliza a música clássica. Veste cores fortes nos concertos e lançou até um tênis com seu nome. Viaja em seu jato particular. É a ponta de lança de um processo musical muito mais amplo pela expansão da influência chinesa no mundo do que pelos os seus méritos musicais.
Muito se tem falado ultimamente sobre assimilação à cultura ocidental pelos os Asiáticos. Na música erudita sempre surgem instrumentistas que alcançam o estrelato. Três são os paises que mais contribuem ao surgimento de pianista ou violinistas que se dedicam à interpretação da musica erudita ocidental. A China é o país com consideravel número de instrumentistas, seguida pelo Japão e Coréa do Sul, cuja orquestra Filarmônica de Seul alcançou renome internacional. Alguns maestros asiáticos chegaram ao estrelato como o Sul Coreano, Myung-Whom Cung, maestro titular da Filarmônica de Seul, dono de uma técnica impecável e de notável sensibilidade na condução de partituras dificeis como as de Mahler, cuja leitura ele a faz levando-se em conta todas as matizes da musica, procurando interpretá-la tendo-se em conta aquilo que o compositor se dispôs expressar.
Entre os vários instrumentista Asiáticos, destaco tês pianistas Chineses que alcançaram fama internacional: Youndi Li, Lang Lang e Yuja Wan.
Yundi Li é o mais virtuoso dos três e com uma extraordinária técnica. Ele não auto se promove como Lang Lang o faz, resultado é uma musica de melhor qualidade, reconhecida por quem realmente importa e entende. Lang Lang, o que está mais em evidência, não sacraliza a música clássica. Veste cores fortes nos concertos e lançou até um tênis com seu nome. Viaja em seu jato particular. É a ponta de lança de um processo musical muito mais amplo pela expansão da influência chinesa no mundo do que pelos os seus méritos musicais.
Na verdade, esses interpretes
asiáticos estão longe de alcançarem o refinamento de Marta Argerich e de Nelson
Freire, não se falando no extraordinário refinamento e no alto rigor técnico de
Maurizio Pollini. interprete extremamente intelectual.
Só um país com
1,3 bilhão de habitantes poderia ter 100 milhões de estudantes de música – e de
fãs potenciais do compatriota Lang Lang, venerado pelos adolescentes chineses,
é, aos 29 anos, um dos pianistas mais bem remunerado do mundo.
Aos olhos do Ocidente, Lang Lang estreou em 1997, ao gravar para o selo independente norte-americano Telarc. Logo foi contratado pela Deutsche Grammophon e, há pouco mais de um ano, transferiu-se para a Sony, o que lhe rendeu luvas de 3 milhões de dólares.
Lang Lang é uma espécie de bilhete premiado. Se 1% da população chinesa comprar um de seus CDs, o investimento estará pago pelas próximas décadas, segundo especialistas. Essa expectativa não é exagerada: ela se baseia no fato de que, na China, a música clássica tem uma imagem de juventude, parecida com a do pop no resto do mundo.
Lang Lang já tem seu próprio modelo de tênis Adidas, em tiragem especial de 100 mil pares. Nas apresentações, ele veste paletós acintosamente acetinados, de tons vivíssimos. Em resumo: é o que o público chinês quer consumir. Martha Argerich e Nelson Freire jamais gravariam, como fez Lang Lang, o vídeo, visto por 1,7 milhão de pessoas no YouTube, em que toca um trecho do Concerto Nº 3 de Prokofiev – justamente a peça que celebrizou a pianista argentina. O músico intercala sua performance com gestos de kung fu inspirados nos jogos de videogam. É hilário, engraçado, vivo. Lang Lang adora a música clássica, mas não a SACRALIZA.
Ele toca como um ginasta, uma máquina. Aliás, excetuando-se Yundi Li, dono de uma apurada técnica e de extraordinário vistuosismo - essa é uma caracterista dos pianista asiáticos, sejam eles os Chineses ou Sul Coreanos. Yuja Wan celerizou-se pela velocidade, é a pianista que consegue o maior numero de notas por segundo. Faltam-lhes, entretanto, sensibilidade na interpretação de obras como principalmente as de Chopin que exige alem de uma apurada técnica, necessita de alma, coisa que, ao que parece, não compõe a cultura asiática..
Tecnicamente, Lang Lang é irrepreensível, como tambem Yuja Wang o é. O problema está no que os críticos identificam como ingenuidade artística. Ambos entende a música clássica ocidental como uma técnica. E isso, provalvelmente, tem a ver com a história.
Pesquisando, vim a saber que o jesuíta italiano Matteo Ricci desembarcou em Pequim no ano de 1601, disposto a iniciar a cristianização da China, trazia um cravo de presente para o imperador Wanli, da dinastia Ming. Ricci esperou nove anos até ser recebido na Cidade Imperial. Ao ver o desconhecido instrumento, o soberano encantou-se e quis ter aulas. Outros jesuítas instalaram órgãos de igreja por lá. Era o primeiro contato dos chineses com a música clássica ocidental. No século seguinte, o imperador Kangxi aprendeu a tocar cravo e fez publicar um manual com ensinamentos ocidentais e chineses lado a lado. Mais tarde, o imperador Qianlong chegou a ter seu exército de eunucos cantando como os "castrati italianos".
Porem, o impulso decisivo para o desenvolvimento da música clássica na China foi a chegada a Xangai de refugiados russos, entre eles czaristas e judeus, expulsos pela Revolução de 1917. No ano seguinte, aportou na cidade o pianista e maestro italiano Mario Paci, que, doente, lá permaneceu e acabou montando a primeira orquestra de música ocidental da China. Décadas depois, a expansão do gênero foi interrompida, no único episódio histórico em que o piano foi banido de um país – no caso, pela Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung, que, entre 1966 e 1976, destruiu instrumentos e partituras. Dezenas de professores dos conservatórios se suicidaram e sinfonias ocidentais só voltaram a ser executadas após a morte de Mao.
De lá para cá, o piano paulatinamente deixou de ser um “corpo estranho”. Hoje, é responsável pelo “grande salto” do país na área musical. O maior boom do instrumento no mundo se deu justamente via Lang Lang. Quase tudo na China tem dimensões monumentais, e a música clássica não é mais exceção. O Conservatório de Sichuan, em Chengdu, que possui 800 salas para estudo de piano, está concluindo uma ambiciosa ampliação, que o deixará com 10 mil. É um dos nove megaconservatórios do país, para onde se encaminham os aspirantes a Lang Lang. Seu instrumento está em primeiro lugar na preferência dos estudantes chineses, seguido por violino e violoncelo – estima-se em 50 milhões o total de crianças e adolescentes martelando diariamente pianos de armário. Se isso garante um mercado gigante, representa também uma concorrência terrível. Desde muito cedo, Lang Lang mentalizou que precisaria ser “o número 1”. A família pobre investiu o que tinha e o que não tinha. O pai largou o emprego e a mãe sustentou marido e filho em Pequim com um salário de telefonista em Shenyang.
"É não apenas curioso mas também sintomático que a educação musical chinesa seja famosa pelo método Suzuki, de treinamento mecânico baseado em repetição e memorização".
Quando se fixou nos Estados Unidos, Lang Lang foi criticado por ter técnica demais e sentimento de menos – ouviu isso nas aulas do pianista e regente Daniel Barenboim. Resultado: "o chinês logo se bandeou para os maneirismos exagerados. "Tornou-se over". "Em vez de uma lágrima, chora convulsivamente ao piano. Em vez de um meio sorriso, estoura em gargalhadas, como se o público precisasse de doses exageradas de emoção e virtuosismo para se interessar pelo que rola no palco". “Quero reproduzir a sensação do balanço de Tiger Woods e da enterrada de Michael Jordan”, explica. De que ele sabe tocar piano, ninguém duvida. Que ele e Yuja Wan têm uma técnica fenomenal, superlativa, também é óbvio. Falta no caso de Lang Lang, controlar os excessos. Mas, se justamente os excessos – tanto ao piano quanto no modo de se vestirem.
Yuja Wang com decotes generosos e saias curtissimas exibindo as pernas. Consta que Yuja ao se apresntar com um vestido curtissimo, como solista do concerto nº II para Piano e Orquestra de Rachmaninov, provocou a reação dos musicos sob alegação que a sua vestimenta prejudicava a concentração dos músicos.
Se as maneiras de Lang Lang constituem a razão de seu sucesso planetário, não seria o caso de nos perguntarmos o que sua maneira de tocar diz sobre nós mesmos”?
Ela indicaria que somos parte de uma sociedade do espetáculo, em que o show não pode parar – e as novíssimas atrações precisam se suceder vertiginosamente, cada uma mais extravagante e bizarra que a anterior. Engrenagem perversa, em que tudo se faz para chamar a atenção de nossos ouvidos. Em sua precoce autobiografia, Lang Lang diz que, em 2000, aos 18 anos, teve uma das maiores emoções de sua vida: “Eu faria os concertos em seguida às apresentações de Evgeny Kissin, um pianista russo dez anos mais velho, que eu adorava desde garotinho. Kissin ocupava a sala de estudos próxima à minha e fiquei empolgado por estar perto do homem que admirava tanto”. Mas Kissin pertence a formidável escola Russa só isso ja é o bastante.
Aos olhos do Ocidente, Lang Lang estreou em 1997, ao gravar para o selo independente norte-americano Telarc. Logo foi contratado pela Deutsche Grammophon e, há pouco mais de um ano, transferiu-se para a Sony, o que lhe rendeu luvas de 3 milhões de dólares.
Lang Lang é uma espécie de bilhete premiado. Se 1% da população chinesa comprar um de seus CDs, o investimento estará pago pelas próximas décadas, segundo especialistas. Essa expectativa não é exagerada: ela se baseia no fato de que, na China, a música clássica tem uma imagem de juventude, parecida com a do pop no resto do mundo.
Lang Lang já tem seu próprio modelo de tênis Adidas, em tiragem especial de 100 mil pares. Nas apresentações, ele veste paletós acintosamente acetinados, de tons vivíssimos. Em resumo: é o que o público chinês quer consumir. Martha Argerich e Nelson Freire jamais gravariam, como fez Lang Lang, o vídeo, visto por 1,7 milhão de pessoas no YouTube, em que toca um trecho do Concerto Nº 3 de Prokofiev – justamente a peça que celebrizou a pianista argentina. O músico intercala sua performance com gestos de kung fu inspirados nos jogos de videogam. É hilário, engraçado, vivo. Lang Lang adora a música clássica, mas não a SACRALIZA.
Ele toca como um ginasta, uma máquina. Aliás, excetuando-se Yundi Li, dono de uma apurada técnica e de extraordinário vistuosismo - essa é uma caracterista dos pianista asiáticos, sejam eles os Chineses ou Sul Coreanos. Yuja Wan celerizou-se pela velocidade, é a pianista que consegue o maior numero de notas por segundo. Faltam-lhes, entretanto, sensibilidade na interpretação de obras como principalmente as de Chopin que exige alem de uma apurada técnica, necessita de alma, coisa que, ao que parece, não compõe a cultura asiática..
Tecnicamente, Lang Lang é irrepreensível, como tambem Yuja Wang o é. O problema está no que os críticos identificam como ingenuidade artística. Ambos entende a música clássica ocidental como uma técnica. E isso, provalvelmente, tem a ver com a história.
Pesquisando, vim a saber que o jesuíta italiano Matteo Ricci desembarcou em Pequim no ano de 1601, disposto a iniciar a cristianização da China, trazia um cravo de presente para o imperador Wanli, da dinastia Ming. Ricci esperou nove anos até ser recebido na Cidade Imperial. Ao ver o desconhecido instrumento, o soberano encantou-se e quis ter aulas. Outros jesuítas instalaram órgãos de igreja por lá. Era o primeiro contato dos chineses com a música clássica ocidental. No século seguinte, o imperador Kangxi aprendeu a tocar cravo e fez publicar um manual com ensinamentos ocidentais e chineses lado a lado. Mais tarde, o imperador Qianlong chegou a ter seu exército de eunucos cantando como os "castrati italianos".
Porem, o impulso decisivo para o desenvolvimento da música clássica na China foi a chegada a Xangai de refugiados russos, entre eles czaristas e judeus, expulsos pela Revolução de 1917. No ano seguinte, aportou na cidade o pianista e maestro italiano Mario Paci, que, doente, lá permaneceu e acabou montando a primeira orquestra de música ocidental da China. Décadas depois, a expansão do gênero foi interrompida, no único episódio histórico em que o piano foi banido de um país – no caso, pela Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung, que, entre 1966 e 1976, destruiu instrumentos e partituras. Dezenas de professores dos conservatórios se suicidaram e sinfonias ocidentais só voltaram a ser executadas após a morte de Mao.
De lá para cá, o piano paulatinamente deixou de ser um “corpo estranho”. Hoje, é responsável pelo “grande salto” do país na área musical. O maior boom do instrumento no mundo se deu justamente via Lang Lang. Quase tudo na China tem dimensões monumentais, e a música clássica não é mais exceção. O Conservatório de Sichuan, em Chengdu, que possui 800 salas para estudo de piano, está concluindo uma ambiciosa ampliação, que o deixará com 10 mil. É um dos nove megaconservatórios do país, para onde se encaminham os aspirantes a Lang Lang. Seu instrumento está em primeiro lugar na preferência dos estudantes chineses, seguido por violino e violoncelo – estima-se em 50 milhões o total de crianças e adolescentes martelando diariamente pianos de armário. Se isso garante um mercado gigante, representa também uma concorrência terrível. Desde muito cedo, Lang Lang mentalizou que precisaria ser “o número 1”. A família pobre investiu o que tinha e o que não tinha. O pai largou o emprego e a mãe sustentou marido e filho em Pequim com um salário de telefonista em Shenyang.
"É não apenas curioso mas também sintomático que a educação musical chinesa seja famosa pelo método Suzuki, de treinamento mecânico baseado em repetição e memorização".
Quando se fixou nos Estados Unidos, Lang Lang foi criticado por ter técnica demais e sentimento de menos – ouviu isso nas aulas do pianista e regente Daniel Barenboim. Resultado: "o chinês logo se bandeou para os maneirismos exagerados. "Tornou-se over". "Em vez de uma lágrima, chora convulsivamente ao piano. Em vez de um meio sorriso, estoura em gargalhadas, como se o público precisasse de doses exageradas de emoção e virtuosismo para se interessar pelo que rola no palco". “Quero reproduzir a sensação do balanço de Tiger Woods e da enterrada de Michael Jordan”, explica. De que ele sabe tocar piano, ninguém duvida. Que ele e Yuja Wan têm uma técnica fenomenal, superlativa, também é óbvio. Falta no caso de Lang Lang, controlar os excessos. Mas, se justamente os excessos – tanto ao piano quanto no modo de se vestirem.
Yuja Wang com decotes generosos e saias curtissimas exibindo as pernas. Consta que Yuja ao se apresntar com um vestido curtissimo, como solista do concerto nº II para Piano e Orquestra de Rachmaninov, provocou a reação dos musicos sob alegação que a sua vestimenta prejudicava a concentração dos músicos.
Se as maneiras de Lang Lang constituem a razão de seu sucesso planetário, não seria o caso de nos perguntarmos o que sua maneira de tocar diz sobre nós mesmos”?
Ela indicaria que somos parte de uma sociedade do espetáculo, em que o show não pode parar – e as novíssimas atrações precisam se suceder vertiginosamente, cada uma mais extravagante e bizarra que a anterior. Engrenagem perversa, em que tudo se faz para chamar a atenção de nossos ouvidos. Em sua precoce autobiografia, Lang Lang diz que, em 2000, aos 18 anos, teve uma das maiores emoções de sua vida: “Eu faria os concertos em seguida às apresentações de Evgeny Kissin, um pianista russo dez anos mais velho, que eu adorava desde garotinho. Kissin ocupava a sala de estudos próxima à minha e fiquei empolgado por estar perto do homem que admirava tanto”. Mas Kissin pertence a formidável escola Russa só isso ja é o bastante.