tag:blogger.com,1999:blog-77673227456685234252024-03-13T04:17:32.222-07:00BLOG DO TARCÍSIO VILHENATARCÍSIO BRANDÃO DE VILHENATarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.comBlogger85125tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-2265554411632639482014-01-04T08:38:00.001-08:002014-01-04T08:38:39.036-08:00Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-82684496562252089722014-01-01T09:22:00.001-08:002014-01-01T09:22:13.950-08:00Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-34333372709519317242014-01-01T08:42:00.001-08:002014-01-01T08:42:39.069-08:00Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-42831497025163593162014-01-01T08:34:00.001-08:002014-01-01T08:34:01.173-08:00Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-26050786041021691732014-01-01T06:21:00.000-08:002014-01-01T06:21:47.145-08:00Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-1320783884690481412013-07-24T13:15:00.003-07:002013-07-24T13:15:51.266-07:00POR QUE O BRASIL E AGORA?<strong>POR QUE O BRASIL E AGORA?</strong><br />
<br />
<em>Tarcísio Brandão de Vilhena</em><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Continua gerando perplexidade, dentro e fora do
país, a crise repentina que eclodiu no Brasil com o surgimento de manifestações
de rua, primeiro em cidades maiores, estendendo-se depois por todo o país. O dia
em que 12 capitais brasileiras viraram palcos de protestos e mais de 230 mil
pessoas foram às ruas pedirem mudanças no país ganhou destaque em alguns dos
principais Jornais estrangeiros, como New York Times, The Guardian, Le Monde, e
outros.<br />Estes veículos procuraram falar sobre as causas dos protestos e
apontaram, quase sempre, a insatisfação com problemas sociais e com o alto custo
das obras da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. O Espanhol El país, em
artigo assinado por Juan Árias, seu correspondente no Brasil, diz que "ninguém
esperava que esta multidão, formada por pessoas de todas as idades e de todos os
grupos sociais saíssem às ruas de repente para dizer: queremos mudar o Brasil! e
acrescenta: os brasileiros que continuarão protestando nos próximos dias não
lutam contra uma ditadura, nem contra o governo. Eles querem mais. A grande
incógnita é como vão consegui-lo, quem cristalizará este protesto sem líderes”.
“Se existe uma angústia difusa nas ruas, essa angústia se traduziu em um alerta
que chegou ao Palácio Presidencial, onde se senta a presidente Dilma Rousseff,
antiga guerrilheira e lutadora contra a ditadura militar quando tinha a idade
dos que tentaram ocupar o Congresso", afirma o texto<br />Para alguns analistas,
"está lentamente ficando claro que as massivas manifestações de rua ocorridas
nos últimos tempos no Brasil, e também pelo mundo afora, expressam mais que
reivindicações pontuais, como uma melhor qualidade do transporte urbano, melhor
saúde, educação, saneamento, trabalho, segurança e uma repulsa à corrupção e à
democracia das alianças sustentada por negociatas".<br />Analistas, num espécie de
exercício de futurologia, chegam afirmar que fermenta algo mais profundo, quase
inconsciente, mas não menos real, como, por exemplo: "o sentimento de uma
ruptura generalizada, de frustração, de decepção, de erosão do sentido da vida,
de angústia e medo face a uma tragédia ecológico-social que se anuncia por toda
a parte e que pode pôr em risco ao futuro comum da humanidade. Podemos ser uma
das últimas gerações a habitar este planeta".<br />De fato, é um desafio para
qualquer analista interpretar esse fenômeno, de maneira a fazer justiça à sua
singularidade. É o primeiro grande evento, fruto de uma nova fase da comunicação
humana, a internet totalmente aberta e que possibilita, a cada cidadão, a
prática de uma democracia que se expressa pelas redes sociais. Cada cidadão pode
sair do anonimato, dizer sua palavra, encontrar seus interlocutores, organizar
grupos e encontros, formular uma bandeira e sair à rua. De repente, formam-se
redes de redes que movimentam milhares de pessoas. Esse fenômeno precisa ser
analisado de forma acurada porque pode representar um salto civilizatório que
definirá um rumo novo.<br />O movimento é composto pela juventude e outros
movimentos sociais. As clássicas bandeiras do socialismo, das esquerdas, de
algum partido libertador ou da revolução, foram repelidas pelas massas. Agora, o
que se vê, são têmas ligados à vida concreta do cidadão: democracia
participativa, trabalho para todos, direitos humanos, pessoais e sociais,
presença ativa das mulheres, transparência na coisa pública, clara rejeição a
todo tipo de corrupção, Ninguém se sente representado pelos poderes instituídos
que geraram um mundo politico palaciano, de costas para o povo.<br />O que se tem
visto são manifestantes cansados de uma classe política corrupta e moralmente
falida, e que estenderam seus alvos para incluir a Copa do Mundo e seu principal
teste, a Copa das Confederações. Os manifestantes veem estes eventos como uma
chance para políticos roubarem grandes somas de dinheiro dos orçamentos
generosos alocados para reformar e construir estádios para os jogos.<br />Por que
esses movimentos de massas irromperam no Brasil somente agora? Muitas são as
razões. Entendo que se trata de um efeito de saturação: o povo se cansou do tipo
de política que está sendo praticada no Brasil; o povo se beneficiou dos
programas da Bolsa Família, da Luz para Todos, da Minha Casa Minha Vida, do
crédito consignado; ingressou na sociedade de consumo. E agora o quê?<br />O poeta
Ricardo Retamar dizia que: “o ser humano tem duas fome: uma de pão, que é
saciável e outra de beleza, que insaciável". Penso que sob beleza se entende
educação, cultura, reconhecimento da dignidade humana e dos direitos pessoais e
sociais como saúde com qualidade mínima e transporte menos desumano.<br />A
segunda fome não foi atendida adequadamente pelo poder publico, e pela classe
política. A fome de cultura e de participação. Avulta a consciência das
profundas desigualdades sociais, que é o grande estigma da sociedade brasileira.
Esse fenômeno se torna mais e mais intolerável na medida em que cresce na
sociedade, a consciência de cidadania e de democracia real. Uma democracia em
sociedades profundamente desiguais, como a nossa, meramente formal, praticada
apenas no ato de votar que, no fundo, é o poder de poder escolher o seu
“ditador” a cada quatro anos, porque o candidato, uma vez eleito, dá as costas
ao povo e pratica a política palaciana dos partidos. Ela se mostra como uma
farsa coletiva. Essa farsa está sendo desmascarada. As massas querem estar
presentes nas decisões dos grandes projetos que as afetam e sobre os quais nunca
são consultadas.<br />Esse Brasil que temos não é para nós, ele não nos inclui no
pacto social que sempre garante a parte de leão para as elites. Querem um Brasil
“brasileiro”, onde o povo conta e quer contribuir para uma refundação do país,
sobre outras bases mais democrático-participativas, mais éticas e com formas
menos perversas de relação social. Não será esse o pensamento das
massas?</div>
<br />
<br />
<br />Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-9266165109785476062013-04-22T04:51:00.002-07:002014-01-04T08:40:33.604-08:00O PAPA FRANCISCO e os desafios com os quais ele se defronta
<br />
<strong><em>Tarcísio Brandão de Vilhena</em></strong><br />
<br />
<div align="justify">
O Imperador Constantino, quando adotou o Cristianismo como a
religião oficial do Império Romano, não imaginava o mal que esta adoção iria
causar à religião de Cristo. Foi o inicio do mais nefasto processo de
desvirtuamento e das ideias pelas quais Cristo morreu na
cruz.<br />
Com a queda do Império Romano, os Papas tomaram para si o título que
anteriormente pertencia aos imperadores romanos - Máximo Pontífice.<br />
O que se
passou nesses 2.000 anos na Igreja Católica foi a mais dominante forma de
apostasia cristã do verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo e da verdadeira
proclamação da Palavra de Deus.<br />
Eugenio Pacelli, o único romano eleito papa
até hoje, escolheu o nome de Pio XII para governar a Igreja como se fosse um
imperador. E assim o fez entre 1939 e 1958. Antes de morrer, distribuiu títulos
de nobreza a seus parentes mais próximos. Com não menos imponência, os Papas que
o precederam conduziram a Igreja.<br />
João XXIII, eleito para suceder Pio XII,
assombrou a todos quando convocou o Concílio Vaticano II. Tamanho foi o espanto
dos Cardeais que eles o quiseram depor. O cardeal Giuseppe Siri, que era então
arcebispo de Gênova, reuniu Cardeais para estudar a possibilidade, segundo o
Direito Canônico, de depor João XXIII.<br />
Albino Luciani, ex-patriarca de
Veneza, escolheu o nome de João Paulo I para governar a Igreja como o pastor que
sempre procurara ser, independente de seus títulos e posição. Na tarde que
antecedeu sua morte, 33 dias após a sua eleição, reuniu Cardeais da Cúria e
falou sobre seus planos. Estava decidido, simplesmente, a ir morar em um bairro
operário de Roma, levando com ele os Cardeais que desejassem ir. Reformaria a
Cúria, organismo que administra a Igreja, e entregaria os palácios aos cuidados
de uma organização internacional. Na noite daquele dia, João Paulo I foi dormir
sem ver televisão, como de costume. Preferiu ler um livro. Amanheceu
morto.<br />
Em um artigo, o jornalista Ricardo Noblat narra que, no início dos
anos 70, dom Hélder Câmara, então arcebispo de Olinda e Recife, foi a Roma para
uma audiência com o papa Paulo VI. Os dois eram amigos há mais de 20
anos.<br />
"Santidade, posso confiar ao senhor as minhas angústias?” – perguntou
dom Hélder. Paulo VI respondeu que sim.<br />
"Santidade, por que a Igreja não
volta às suas origens? Por que tantos palácios, tanta ostentação, tanta riqueza?
Por que Vossa Santidade tem de viver como se fosse um rei?”<br />
O papa ouviu
calado o desabafo de dom Hélder.<br />
“Posso lhe dar um conselho, Santidade? Não
me leve a mal. Mas abandone tudo isso. Acabe com essa pompa. Entregue as
riquezas da Igreja para alguma entidade administrar. Ou então venda o que deve
ser vendido e reparta o dinheiro com os pobres. Vá morar modestamente numa
pequena Igreja. E seja, antes de tudo, um pastor. Livre-se de tantos outros
títulos que tem.”<br />
Quando dom Hélder se calou, Paulo VI pôs as mãos dele entre
as suas e respondeu, sem disfarçar a emoção:<br />
“Como eu gostaria de poder fazer
isso, dom Hélder! Como eu gostaria! Mas não posso! Não posso.”<br />
Os dirigentes
da Igreja Católica tudo têm feito para manter a Igreja ancorada na Idade Média.
Por qual motivo? A resposta nos remete aos fundamentos que deram origem à Igreja
de Cristo, distanciando-a da Igreja primitiva, em que todos participavam com
direitos iguais e preservavam sua origem doutrinária e religiosa.<br />
A Igreja
tem medo de Cardeais jovens. A maioria dos nomeados são anciãos. Parece
esquecida que Jesus era "Papa", quer dizer, profeta e evangelizador, com apenas
30 anos. E que o mataram na flor da vida. E que o poder, tanto religioso quanto
civil, tombou diante dele.<br />
A verdade assusta o poder, e assusta a Igreja, na
medida em que ela - Igreja - se mescla e se confunde com o poder
mundano.<br />
Para reconduzir a Igreja às suas origens, o novo Papa se defronta
com perigosos e inevitáveis desafios. Terá ele coragem de dizer "dai a Deus o
que é de Deus e a Cesar o que é de Cesar”? O Banco do Vaticano e suas transações
em paraísos fiscais, a lavagem de dinheiro da Máfia, e as manobras da Cúria para
influenciar os parlamentos, são coisas de Cesar ou de Deus?<br />
Será capaz de uma
atitude severa contra os abusadores de crianças, ao invés de esconder ou
minimizar os escândalos de pedofilia na Igreja, que segue defendendo
hipocritamente o celibato obrigatório?<br />
E, por fim, será capaz de derrubar as
mesas do Templo, de expulsar dali os que fazem da Igreja um jogo de negócios, às
vezes tão sujo que tem provocado suicídios e assassinatos?<br />
O que fará
Francisco, o novo Papa, quando terminar de ler a íntegra do relatório de pouco
mais de 300 páginas que hoje está trancado em um cofre? Encomendado a três
Cardeais por Bento XVI, o relatório informa sobre a conduta nada imaculada de
religiosos pelo mundo afora.<br />
Na verdade, os cardeais da periferia da Igreja,
que são os que o elegeram Francisco, e o fizeram mais por suas características
franciscanas que jesuíticas, por seu estilo de vida simples como Cardeal, sua
proximidade aos mais pobres e sua forte espiritualidade para se contrapor às
sujas manobras vaticanas.<br />
O que tem marcado o novo papa Francisco, aquele
“que vem do fim do mundo”, são gestos simples, populares, óbvios para quem dá
valor ao bom senso comum da vida. Ele está quebrando os protocolos e mostrando
que o poder é sempre uma máscara e um teatro, mesmo em se tratando de um poder
pretensamente de origem divina.<br />
Como combinar a pobreza do Nazareno aos
báculos dourados e às estolas e às vestes principescas dos atuais prelados? O
povo nota essa contradição. Tal aparato nada tem a ver com a tradição de Jesus e
dos apóstolos.<br />
Já foi dito que "a cabeça pensa a partir de onde os pés
pisam”. Efetivamente, se alguém sempre pisa em palácios e suntuosas catedrais,
acaba pensando na lógica dos palácios e das catedrais. Talvez seja esta a razão
que faz Francisco, sistematicamente, recusar as opulências de
seus antecessores.<br />
Ao escolher o nome de Francisco, o cardeal Jorge Mario
Bergoglio já indicou o que prevê para o futuro da Igreja "Francisco não é um
nome, é todo um programa de Igreja, uma Igreja simples, sem poder, ligada aos
pobres, com uma relação totalmente diferente com a natureza".<br />
O grande teste
será quem ele vai nomear secretário de Estado. Se ele mantiver o Cardeal
Bertone, nada mudará, pois ele é apontado como um dos pivôs da crise interna na
Igreja Católica que culminou na renúncia de Bento XVI.<br />
Francisco atuará
apenas para exorcizar as manifestações mais ostensivas do demônio, ou será capaz
de surpreender o mundo, convocando um concílio para dar novo rumo à Igreja? Ou
se quedará fraco e acuado até seu pontificado chegar ao fim?</div>
<br />
<br />
<br />
<div>
</div>
<br />
<br />Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-6044220786591221472013-04-13T15:17:00.001-07:002013-04-13T15:17:21.666-07:00Major Mathias Antonio Moinhos de Vilhena<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfa_JW0lJ1LA5CyTx40gEQFokyfBMjX7YC_bZwgz6y5FtEBBppf290R05bUqZjLBxq2asNymY5MvcyMalLyiP4qmYuu69YwJwua94FbeKHjCLZMa_9THlF1rjUl6PcKUalSgMpxTxN_Ow/s1600/26801_114057945284064_8153018_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfa_JW0lJ1LA5CyTx40gEQFokyfBMjX7YC_bZwgz6y5FtEBBppf290R05bUqZjLBxq2asNymY5MvcyMalLyiP4qmYuu69YwJwua94FbeKHjCLZMa_9THlF1rjUl6PcKUalSgMpxTxN_Ow/s640/26801_114057945284064_8153018_n.jpg" width="426" /></a></div>
<a name='more'></a><br />Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-24589687121665605372013-04-13T15:13:00.004-07:002013-04-13T15:13:32.532-07:00Desembargador João Bráulio Moinhos de Vilhena<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyL0mVUzKQTywRwbhs_h8WzdE-rF0cmfKkqJljmBrYeRDCXHPAroZzl41UxxLeI9lc_A3RRUAb1S1R6U4QAEVYBRwZTmwyIpDOtuM0zk8HjTrRa0JIQMZZLayz2McHTQjA2oe-Yps0HrQ/s1600/GetAttachment+(2).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyL0mVUzKQTywRwbhs_h8WzdE-rF0cmfKkqJljmBrYeRDCXHPAroZzl41UxxLeI9lc_A3RRUAb1S1R6U4QAEVYBRwZTmwyIpDOtuM0zk8HjTrRa0JIQMZZLayz2McHTQjA2oe-Yps0HrQ/s640/GetAttachment+(2).jpg" width="456" /></a></div>
<a name='more'></a><br />
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-26967292832521151882013-04-13T15:08:00.000-07:002013-04-13T15:09:45.959-07:00Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4bEkVR2ZmZUs2_O0CypzUVnLNHQOONnlMxICUpCZ8UTbJ_XrXndfUhbe4QCnZzr28_RoOPuKlihT96_SN0cJEBO7SH6tGfRIheQ_5gFpFurtU8yAfxoIxa14qPjOMtCLspeSO6xIeW7w/s1600/Dr.+Jo%C3%A3o+...jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4bEkVR2ZmZUs2_O0CypzUVnLNHQOONnlMxICUpCZ8UTbJ_XrXndfUhbe4QCnZzr28_RoOPuKlihT96_SN0cJEBO7SH6tGfRIheQ_5gFpFurtU8yAfxoIxa14qPjOMtCLspeSO6xIeW7w/s640/Dr.+Jo%C3%A3o+...jpg" width="426" /></a></div>
<a name='more'></a><br />Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-89931537437597638792013-04-13T14:36:00.000-07:002013-04-13T14:36:00.104-07:00Dr. Serafim Maria Paiva de Vilhena<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5KCdFsvk5Slet4WTz23yjojgTFN1X4aiPt9eq9uhLpZkIjb5R8Pz1IcDtn0Wsdfi7y1nK4VrqJ9Ep8zpcpJMMjouCZPHwJWJ5fZzoPSI7GkM_dTGTq5oaUZU20-XyIL2ZXQUflDX8Ex8/s1600/GetAttachment.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5KCdFsvk5Slet4WTz23yjojgTFN1X4aiPt9eq9uhLpZkIjb5R8Pz1IcDtn0Wsdfi7y1nK4VrqJ9Ep8zpcpJMMjouCZPHwJWJ5fZzoPSI7GkM_dTGTq5oaUZU20-XyIL2ZXQUflDX8Ex8/s640/GetAttachment.jpg" width="456" /></a></div>
<a name='more'></a><br />Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-9751742009745322962013-04-13T14:32:00.001-07:002013-04-13T14:32:32.822-07:00Tarcísio Bramdão de Vilhena<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTa6W8VHEQ-x47RZ9JkHlJAGNlmkEHXdE6GM-nAnpxpFqb23BL-OXp9YyepmYDy6zi4ykXrg2GnAOoPQDrstyokngV_2_AEkLNOaqHTvc58shKjD_nX14Ty_a_TA_pg_hTek8OW1WV7mI/s1600/425779_3272506309875_1692088725_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTa6W8VHEQ-x47RZ9JkHlJAGNlmkEHXdE6GM-nAnpxpFqb23BL-OXp9YyepmYDy6zi4ykXrg2GnAOoPQDrstyokngV_2_AEkLNOaqHTvc58shKjD_nX14Ty_a_TA_pg_hTek8OW1WV7mI/s640/425779_3272506309875_1692088725_n.jpg" width="424" /></a></div>
<a name='more'></a><br />Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-34513699201395570902013-03-24T12:35:00.000-07:002013-03-24T12:36:54.242-07:00O QUE SE ESPERA DO NOVO PAPA<strong></strong><br />
<br />
<strong><em>Tarcísio Brandão de Vilhena</em></strong><br />
<br />
<div align="justify">
O Imperador Constantino, quando adotou o Cristianismo como a
religião oficial do Império Romano, não imaginava o mal que esta adoção iria
causar à religião de Cristo. Foi o inicio do mais nefasto processo de
desvirtuamento e de corrupção das ideias pelas quais Cristo morreu na
cruz.<br />
Com a queda do Império Romano, os Papas tomaram para si o título que
anteriormente pertencia aos imperadores romanos - Máximo Pontífice.<br />
O que se
passou nesses 2.000 anos na Igreja Católica foi a mais dominante forma de
apostasia cristã do verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo e da verdadeira
proclamação da Palavra de Deus.<br />
Eugenio Pacelli, o único romano eleito papa
até hoje, escolheu o nome de Pio XII para governar a Igreja como se fosse um
imperador. E assim o fez entre 1939 e 1958. Antes de morrer, distribuiu títulos
de nobreza a seus parentes mais próximos. Com não menos imponência, os Papas que
o precederam conduziram a Igreja.<br />
João XXIII, eleito para suceder Pio XII,
assombrou a todos quando convocou o Concílio Vaticano II. Tamanho foi o espanto
dos Cardeais que eles o quiseram depor. O cardeal Giuseppe Siri, que era então
arcebispo de Gênova, reuniu Cardeais para estudar a possibilidade, segundo o
Direito Canônico, de depor João XXIII.<br />
Albino Luciani, ex-patriarca de
Veneza, escolheu o nome de João Paulo I para governar a Igreja como o pastor que
sempre procurara ser, independente de seus títulos e posição. Na tarde que
antecedeu sua morte, 33 dias após a sua eleição, reuniu Cardeais da Cúria e
falou sobre seus planos. Estava decidido, simplesmente, a ir morar num bairro
operário de Roma, levando com ele os Cardeais que desejassem ir. Reformaria a
Cúria, organismo que administra a Igreja, e entregaria os palácios aos cuidados
de uma organização internacional.<br />
Uma das freiras que sempre o acompanhavam
contou que ouviu os gritos dos Cardeais trancados em uma sala com o Papa,
discutindo o assunto. Na noite daquele dia, João Paulo I foi dormir sem ver
televisão, como de costume. Preferiu ler um livro. Amanheceu morto.<br />
Em um
artigo, Ricardo Noblat narra que, no início dos anos 70, dom Hélder Câmara,
então arcebispo de Olinda e Recife, foi a Roma para uma audiência com o papa
Paulo VI. Os dois eram amigos há mais de 20 anos.<br />
"Santidade, posso confiar
ao senhor as minhas angústias?” – perguntou dom Hélder. Paulo VI respondeu que
sim.<br />
"Santidade, por que a Igreja não volta às suas origens? Por que tantos
palácios, tanta ostentação, tanta riqueza? Por que Vossa Santidade tem de viver
como se fosse um rei?”<br />
O papa ouviu calado o desabafo de dom
Hélder.<br />
“Posso lhe dar um conselho, Santidade? Não me leve a mal. Mas
abandone tudo isso. Acabe com essa pompa. Entregue as riquezas da Igreja para
alguma entidade administrar. Ou então venda o que deve ser vendido e reparta o
dinheiro com os pobres. Vá morar modestamente numa pequena Igreja. E seja, antes
de tudo, um pastor. Livre-se de tantos outros títulos que tem.”<br />
Quando dom
Hélder se calou, Paulo VI pôs as mãos dele entre as suas e respondeu, sem
disfarçar a emoção:<br />
“Como eu gostaria de poder fazer isso, dom Hélder! Como
eu gostaria! Mas não posso! Não posso.”<br />
Os dirigentes da Igreja Católica tudo
têm feito para manter a Igreja ancorada na Idade Média. Por qual motivo? A
resposta nos remete aos fundamentos que deram origem à Igreja de Cristo,
distanciando-a da Igreja primitiva, em que todos participavam com direitos
iguais e preservavam sua origem doutrinária e religiosa.<br />
A Igreja tem medo de
Cardeais jovens. A maioria dos nomeados são anciãos. Parece esquecida que Jesus
era "Papa", quer dizer, profeta e evangelizador, com apenas 30 anos. E que o
mataram na flor da vida. E que o poder, tanto religioso quanto civil, tombou
diante dele.<br />
A verdade assusta o poder, e assusta a Igreja, na medida em que
ela - Igreja - se mescla e se confunde com o poder mundano.<br />
Para reconduzir a
Igreja às suas origens, o novo Papa se defronta com perigosos e inevitáveis
desafios. Terá ele coragem de dizer "dai a Deus o que é de Deus e a Cesar o que
é de Cesar”? O Banco do Vaticano e suas transações em paraísos fiscais, a
lavagem de dinheiro da Máfia, e as manobras da Cúria para influenciar os
parlamentos, são coisas de Cesar ou de Deus?<br />
Será capaz de uma atitude severa
contra os abusadores de crianças, ao invés de esconder ou minimizar os
escândalos de pedofilia na Igreja, que segue defendendo hipocritamente o
celibato obrigatório?<br />
Será capaz de abrir as portas da Igreja para fiéis e
infiéis, católicos ou não, de todas as tribos de fé e de ateísmo do mundo
porque, como dizia Jesus, em seu Reino cabem todos e todos são igualmente dignos
de ser considerados filhos de Deus? Será capaz de proclamar que todos os
teólogos condenados ao ostracismo por seus antecessores, todas as vítimas da
Congregação para a Doutrina da Fé estariam livres para seguir investigando com
liberdade de espírito o poço inesgotável da verdade revelada?<br />
E, por fim,
será capaz de derrubar as mesas do Templo, de expulsar dali os que fazem da
Igreja um jogo de negócios, às vezes tão sujo que tem provocado suicídios e
assassinatos?<br />
O que fará Francisco, o novo Papa, quando terminar de ler a
íntegra do relatório de pouco mais de 300 páginas que hoje está trancado em um
cofre? Encomendado a três Cardeais por Bento XVI, o relatório informa sobre a
conduta nada imaculada de religiosos pelo mundo afora.<br />
Francisco atuará
apenas para exorcizar as manifestações mais ostensivas do demônio, ou será capaz
de surpreender o mundo, convocando um concílio para dar novo rumo à Igreja? Ou
se quedará fraco e acuado até seu pontificado chegar ao fim?</div>
<br />
<br />
<br />
<div>
</div>
<br />Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-29252739974798465892013-02-28T06:10:00.002-08:002013-02-28T06:10:13.939-08:00A Renúncia de Bento XVI e os caminhos da Igreja Católica
Tarcísio Brandão de
Vilhena<br />
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<o:p> </o:p></div>
São vários os comentários e
especulações sobre a renúncia de Bento XVI e o novo Papa a ser eleito. Artigo
de um teólogo intitulado: “A Igreja muda ou acaba”, é uma constatação de quem
tem conhecimento e autoridade para dizê-lo. O artigo ainda diz que a atual
estrutura do catolicismo constitui uma traição à igreja primitiva em que todos
participavam com direitos iguais.<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O que caracteriza a Igreja
Católica é o poder. Desde o período feudal que a Igreja Católica se
despontou como grande proprietária de terras, acúmulo de riquezas e
concentração de enorme poder. O comando dessa estrutura, fortemente
hierarquizada, ao estilo monárquico, concentra-se na mão do Bispo de Roma, o Papa.
Com o passar do tempo, a Igreja Católica foi se vinculando cada vez mais às
coisas temporais afastando-se de sua origem doutrinária e religiosa. Aqueles
que se opunham à Igreja, pela concentração de poderes materiais e não se
submetiam à autoridade do Papa, os chamados hereges, foram combatidos com
extrema violência pela Igreja Católica e, após a organização do Tribunal do
Santo Ofício, no século XII, o julgamento chamava-se Inquisição do Santo
Ofício. Milhares de pessoas foram condenadas e executadas pelos tribunais da
Inquisição, queimadas vivas.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No século XVI houve um enorme
movimento dentro da comunidade Católica, contra a interferência da Igreja
Católica no mundo material, e a criação de dogmas, regras e disciplinas, unicamente
para manter o poder temporal e estendê-lo às pessoas. Desse movimento originou
a Reforma Protestante, preconizada por um frade Agostiniano, Martinho Lutero e
pelo pregador Calvino. Foi um protesto contra os abusos, as atrocidades e os
desmando da Igreja Católica.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
David Yallop em seu livro
"Poder e Glória", narra: “a Igreja que João Paulo I herdou havia há
muito se distanciado da Igreja de Cristo. O Vaticano controlava uma riqueza
imensa. Erigida sobre privilégios especiais a riqueza do Vaticano era ocultada
por um sistema de contabilidade antiquado e obscuro, ferozmente negada por seus
porta-vozes. Em 1970 uma estimativa suíça, colocou o capital produtivo do
Vaticano em 13 bilhões de dólares, excluindo-se os vastos bens globais de propriedade
do Banco do Vaticano”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Ainda segundo o livro, acordos
secretos como o que foi celebrado em 1933 com Hitler no qual a Alemanha nazista
repassava ao Vaticano mensalmente uma soma em dinheiro, o chamado “imposto da
Igreja”, demonstra o ambiente político da cúpula da Igreja. Evidente que foi um
acordo bilateral. Hitler, um ateu confesso, não seria capaz de tamanha
generosidade.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
João Paulo I cujo pontificado foi
de apenas 33 dias, muitos sustentam que ele foi assassinado. É fato que ele
tocou numa ferida perigosa: tentou por fim a cobiça da Igreja católica pelo
poder temporal, e aos escândalos envolvendo o Banco do Vaticano e o Bispo Paul
Marcinkus.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Ele protagonizou o maior
escândalo financeiro da história do Vaticano: a quebra do Banco Ambrosiano de
Milão, ocorrida em agosto de 1982, quando o banco foi declarado insolvente pelo
governo italiano, após ter sido descoberto um “rombo” de cerca de US$ 1,5
bilhão. O Vaticano possuía 16% do capital do Ambrosiano.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
As investigações da falência do
banco trouxeram à tona entre outras operações nebulosas, pagamentos obscuros à
loja maçônica P-2, aparentemente, desvio de fundos para uso particular e
ligações com a Máfia. Foram acusados formalmente Marcinkus e dois
administradores, Luigi Mennini e Pellegrino Strobel.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O Vaticano deu asilo ao arcebispo
Marcinkus e seus dois colaboradores, para impedir sua prisão.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O Tribunal Supremo da Itália
defendeu a impossibilidade de processar o arcebispo e os dois funcionários, em
virtude do Pacto Lateranense, (Tratado de Latrão celebrado em 1929, que criou o
Estado do Vaticano) que em seu artigo 11 prevê que “os entes centrais da Igreja
Católica estão isentos de qualquer ingerência por parte do Estado italiano”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O Vaticano gastou cerca de US$
100 milhões, em 1983, para ressarcir os clientes do Ambrosiano, gesto que foi
interpretado pela imprensa italiana como uma confissão de responsabilidade na
quebra do banco. Mais tarde, o Vaticano criou mecanismos de controle para
impedir casos como esse.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Dois meses antes da declaração de
quebra do banco, em 16 de junho de 1982 o corpo do presidente do Ambrosiano,
Roberto Calvi, que havia fugido para Inglaterra, tinha sido encontrado
enforcado sob uma ponte de Londres, no que, aparentemente, foi um suicídio.
Entretanto, em 1998, o corpo foi exumado para perícia e, em 2002, “uma equipe
de médicos forenses encabeçados pelo professor alemão Bernd Brinckman disse que
Calvi foi assassinado em um terreno baldio perto da ponte, onde foi pendurado
para simular um suicídio”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Em 1984, Marcinkus foi nomeado
como um possível cúmplice no suposto assassinato do Papa João Paulo I pelo
jornalista investigativo David Yallop em seu livro Em Nome de Deus. Yallop
fez acusações a respeito de um número de suspeitos associados às relações
de Marcinkus com negócios escusos e envolvimento com membros da máfia
e o Banco do Vaticano, afirmando ainda que Marcinkus pode enfrentar
exposição penal, ele deve ser removido de sua posição no banco.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
De fato, Marcinkus, foi demitido
e enviado para a Arquidiocese de Chicago em 1990 antes de se retirar para
o Arizona, onde viveu como um pároco assistente até a sua morte. Assim, aos 84
anos Paul Marcinkus foi para seu túmulo com seus segredos intactos.
Provavelmente, nunca serão revelados.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O Papa ao renunciar abre caminho
para uma reforma radical na Igreja católica. É sintomático quando ele diz: “Quando
já ninguém me escuta, Deus ainda me ouve”. Com a sua renúncia caem aqueles que
tornaram o Vaticano ingovernável: a voracidade da Cúria Romana. A renúncia do
papa sinaliza um futuro nada promissor para uma estrutura fortemente construída,
mas que vem se deteriorando ao longo do tempo, ensejando a sua decomposição por
ela mesmo, em decorrência de uma rede de intrigas, conspirações e disputas
pelo poder.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O Sacro Colégio de Cardeais
quando reunido para escolher o novo Papa, tanto o Colégio Cardinalício como o
novo Papa, terão pela frente vários desafios e muito que decidir. O momento é
propício para estabelecer os novos rumos da Igreja: manter esta Igreja
centralizada, controlada pela Cúria Romana, corrompida, adulterada e
ostensivamente apegada às coisas temporais; ou promover o retorno às origens
doutrinárias e religiosas: a Igreja de Cristo.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O celibato sacerdotal é outra
questão que prioriza decisão firme, sem protelação. A comunidade católica e a
sociedade em geral, não toleram mais meias medidas protagonizadas pelos acordos
milionários para acobertar padres pedófilos ou ouras perversões sexuais, como o
homossexualismo. É sabido que todos esses desvios e perversões decorrem da
proibição imposta ao exercício do sacerdócio pelo celibato.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A mensagem de Bento XVI, direta e
sem concessões, tem repercutido com força surpreendente. Não seria este o
momento de reflexão? Nada justifica no mundo atual, a existência dessa
estrutura, centralizada, fortemente hierarquizada e corrompida pela disputa do
poder. Essa nefasta hierarquia em nada favorece o exercício da fé cristã e
ainda causa indignação aos católicos pelos desmandos que se sucedem.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Jornal Italiano, <st1:personname productid="La República" w:st="on">La
República</st1:personname> na edição de 21/02, denunciou que Bento XVI antes
de abandonar o trono de São Pedro, deixando-o vacante até o fim do conclave, o
Papa Bento XVI pretende se reunir com os 116 cardeais que elegerão seu sucessor
para expor as conclusões do inquérito sobre o escândalo Vatileaks.</b> O
documento de 300 páginas - dividido em dois capítulos e escrito pelos cardeais
Julian Herranz, Jozef Tomko e Salvatore De Giorgi - traria revelações
bombásticas sobre a cúria romana, que incluiriam uma rede de agenciamento de
encontros homossexuais, além da existência de grupos de pressão especializados
em montar e desmontar carreiras dentro da Santa Sé e em desviar recursos
multimilionários do Banco do Vaticano para usufruto próprio. </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O Arcebispo emérito de Aveiro,
Portugal, Dom Antonio Marcelino que já presidiu à Conferência Episcopal
Portuguesa, não tem dúvidas: "apesar de ter conseguido algumas reformas
significativas, o papa sentiu-se impotente ante os conflitos, manobras e até
traições, que se foram levantando a seus olhos, a ponto de tolherem o seu
caminho". Ainda denuncia um centralismo controlador da Cúria Romana, que
até condiciona o trabalho dos bispos nos diversos países; As conferências
episcopais nunca foram queridas nem amadas pelos poderosos da Cúria, afirma o
prelado.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Hoje, o que existe, são duas
Igrejas: a fundada Jesus Cristo, e uma outra controlada pela Cúria Romana, corrompida,
adulterada e ostensivamente apegada às coisas temporais.<br />
O novo Papa deve retomar o papel de líder espiritual e renunciar o de
chefe de Estado. O ambiente político contamina a Igreja.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Bento XVI desnuda a
inconsistência das esperanças materialistas e faz uma crítica serena, mas
profunda, dos caminhos da Igreja. </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Ainda Cardeal Raitzinger, falando
durante uma série de meditações na Via Sacra de sexta-feira santa dizia:
"quanta sujeira há na igreja, e mesmo entre aqueles que, no sacerdócio,
deveriam pertencer inteiramente a Cristo”. “Muita, Santo Padre, muita mesmo!
Deus ajude a Igreja Católica Apostólica Romana”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-41147161639415410142013-02-24T11:44:00.003-08:002013-02-24T11:44:49.257-08:00OS REPUBLICANOS HISTÓRICOS CAMPANHENSES<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<i><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Tarcísio Brandão de Vilhena<o:p></o:p></span></span></i></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Na História do Brasil, dá-se o nome de <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">republicanas históricos</span> às personagens que tinham aderido à causa
republicana, desde antes da proclamação da República. Entre estes, incluem-se
os signatários do Manifesto Republicano de 1870, os abolicionistas que também
faziam campanha pela república e os demais partidários e membros dos Clubes
Republicanos, nas diversas províncias do Império antes do golpe de 15 de
novembro de 1889, que proclamou a República.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Em Minas, não houve campanha expressiva, antes do manifesto de 1870, o
que pode ser justificado pelo estado de decadência urbana ocorrida na Província
desde a devassa da Inconfidência Mineira, cuja repressão visou também inibir as
ideias republicanas, obrigando os mineiros a se refugiarem no silêncio. A
rebelião liberal de 1842, embora liderada por um republicano convicto como
Teófilo Otoni, não oportunizou a tendência republicana. O presidente rebelado
da Província, Barão de Cocais, não permitiu a inserção de tal tendência no
referido movimento. Mesmo que a punição aos revoltosos de 1842 tenha sido suave
e condescendente, ela refletiu sobre Minas, de forma duradoura, os prejuízos
morais da derrota. O partido liberal não conseguia se impor junto ao
eleitorado, sempre vencido e encurralado pelos conservadores.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Ainda assim, antes do manifesto de 1870, alguns centros urbanos mineiros
se despontaram com relativo progresso, a exemplo de Juiz de Fora, Diamantina e
Campanha, e tiveram oportunidade de expressar ideias republicanas por oposição
ao regime monárquico brasileiro.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">De fato, em 1870, republicanos Campanhenses, liderados pelo Cel.
Marthiniano dos Reis Brandão já defendiam os princípios e os ideais
republicanos e federativos, não só em Campanha, mas em toda a região Sul
Mineira. Naquele ano, ainda sob a liderança de Marthiniano, surge em Campanha o
Clube Republicano, tendo a sua frente ilustres Campanhenses cultos, idealistas
e independentes, dentre os quais se destacavam o médico Dr. Francisco Honório
Ferreira Brandão, filho do Cel. Martiniano, o jornalista Manoel de Oliveira
Andrade, o cidadão Domingos Honório Lopes de Araújo, o Cel. Saturnino de
Oliveira, o Dr. Bráulio Lion, o Cel. Marcos Coelho Neto, o Dr. João Bráulio
Moinhos de Vilhena Jr., o Prof. Jonas Olinto, o Dr. José Braz Cezarino, o
parlamentar Alexandre Stóckler Pinto de Menezes, o Dr. Joaquim Leonel de
Rezende Alvim, o Dr. Antonio Xavier Lisboa, Pe. Francisco de Paula de Araújo
Lobato, Francisco Bressane de Azevedo, o Dr. Eustáquio Garção Stockler e
outros.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">As reuniões do Clube Republicano eram realizadas na residência do Cel.
Marthinano. Esta residência ele a adquiriu na condição de genro do Comendador
Paula Ferreira, o proprietário. Marthiniano era casado com uma de suas filhas,
Anna Alexandrina Ferreira Brandão, e adquiriu as partes dos demais herdeiros.
Esta magnifica edificação abrigou a Escola Normal, a Prefeitura e, por último,
a Faculdades Integradas Paiva de Vilhena. Lamentavelmente, foi consumida por
incêndio.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Em 1880, regressa à Campanha, graduado em Farmácia, o Sr. Zoroastro de
Oliveira, filho de Saturnino de Oliveira, que passa integrar o Clube
Republicano, sendo escolhido, por seus pares, para ocupar o cargo de secretário
do Clube. Neste mesmo ano, o clube se reúne para escolher o nome de um dos
integrantes para concorrer às eleições senatorias da Província, a serem
realizadas em 27 de maio. A escolha recai no Dr. Francisco Honório Ferreira
Brandão.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Transcorrida a eleição, foram eleitos: o médico Campanhense Dr.
Francisco Honório Ferreira Brandão, pela região Sul Mineira; Dr. João Nogueira
Penido, médico de Juiz de Fora; região da Mata Mineira, Dr. Joaquim Felício dos
Santos, advogado em Diamantina, pela região Norte.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-family: Calibri;">Um ano antes da proclamação da República, no
dia 4 de junto de 1888, cria-se em Minas Gerais o Partido Republicano Mineiro -
o PRM, com objetivo de representar as ideias republicanas aos oligárquicos da
elite agrária do Estado de Minas Gerais. Neste mesmo ano, funda-se na Campanha,
sede administrativa da região Sul Mineira, o diretório regional do Partido Republicano
Mineiro, presidido pelo o médico Dr. Francisco Honório Ferreira Brandão.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">A noticia da Proclamação da República pelo o Marechal Deodoro da Fonseca
foi dada aos republicanos campanheses pelo parlamentar Dr. Stockler Pindo de
Menezes, campanhense residente no Rio de Janeiro. No dia 17 de novembro de
1889, mais de cem eleitores republicanos reunidos na residência do Coronel
Marthiniano, todos filiados ao PRM, sob a presidência do Dr. Francisco Honório
Ferreira Brandão, decidiram lavrar uma Ata, na qual se declaravam solidários à
proclamação da república e ao governo provisório, instalado após a proclamação.
Excluindo Ouro Preto, capital da Província, Campanha foi a primeira cidade
mineira a manifestar seu júbilo e seu decidido apoio à República Br<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">asileira.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-weight: bold;">Desgostoso com o baixo nível e com a vileza
dos adversários políticos contra a sua pessoa, Dr. Brandão deixa Campanha e
muda-se para o Rio. Nunca mais voltou à cidade. Assume a presidência do partido
o Cel. Saturnino de Oliveira. Após o seu falecimento, seu filho, Cel. Zoroastro
de Oliveira, passa presidir o partido. Em 1927, Zoroastro abandona a vida
pública e entrega a direção do partido para seu irmão, o médico Dr. Jefferson
de Oliveira. Em 1929, Jefferson é eleito deputado federal. O vereador Dr.
Serafim Maria Paiva de Vilhena passa ocupar a presidência da Câmara e, por
consequência, torna-se o Agente Executivo do município e presidente do partido.
Com a revolução de 1930, os partidos políticos são todos dissolvidos, dando
inicio à nova república, liderada pela Frente Liberal.</span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-58892549952257686762013-01-23T11:46:00.002-08:002013-01-23T11:46:46.080-08:00A Paixão segundo São Mateus<br />
<div class="_1x1">
<div class="userContentWrapper">
<div class="_wk">
<span class="userContent">A Paixão Segundo São Mateus é considerada a maior óbra de BACH e para muitos, o principio e o fim de toda música. Sempre que a escuto, me vem à memória as aulas de musica que tive com o saudoso maestro Sérgio Magnani, quando dizia da importância de Bach para música em geral. Esta portentosa óbra tornou-se acessível depois do advento do disco de longa duração o ja superado LP.<br /> É uma óbra densa, cujo conteúdo poético e dramático, revela toda a sua complexidade e a intransponível dificuldade técnica e principalmente estilistica na sua execução; poucos são os tenores que podem interpretar com propriedade o evangelista Mateus.</span></div>
</div>
</div>
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</div>
</span></span></div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-41003259985853953852013-01-18T06:16:00.002-08:002013-01-18T06:16:13.627-08:00As ruas da Campanha<div sizcache="1" sizset="0" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<strong sizcache="1" sizset="0"><span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;"></span></strong><br /></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="1" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">Tarcísio Brandão de
Vilhena</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="2" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">Situada entre
morros e montanhas, no Vale da Piedade, a quase tricentenária cidade de Campanha
é um verdadeiro "recanto abençoado, que resume toda a brasilidade de raiz que
todos procuramos". Essa originalidade, que vem de um verdadeiro pedaço das Minas
Gerais e do Brasil, só se conhece indo a Campanha. </span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="3" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">Há geografias que
se pisam e outras que se sentem, sendo essa geografia afetiva a que guia nossos
desejos e nossas descobertas. </span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="4" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">Tal qual o corpo,
a cidade também se escreve, e se inscreve, em nós. Andar por suas ruas, quer de
maneira apressada, quer de maneira irresponsável, desobrigação contemplativa,
aguça-nos os olhares e a memória, revela-nos surpresas, suspiros e dissabores,
talvez. O ponto de partida, a página que, por vezes, perdemos, apagamos da
memória, pode ser uma rua da infância, passeios familiares ou outro local. Seja
como for, é nas imagens e em outras reminiscências, que nos lembramos de um
passado, quase sempre, distante.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="5" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">Porém, a
geografia a que nos referimos, mais do que física, está expressa e sentida na
alma de cada um de nós.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="6" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">Assim, as ruas de
Campanha desenham também outros contornos, avessos às suas identidades; traçados
que nos guiam a outros destinos, e que só os alcançaremos através de uma memória
afetiva.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="7" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">O Morro do
Claudionor, de onde se percebe o Vale da Piedade, a partir do qual a cidade se
desenvolveu, mais ao longe a Serra das Águas e o morro do Coroado, enfeitam esse
cenário de ruas da cidade de Campanha.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="8" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">As ruas têm
nomes, mas não é o nome que as distingue. O que as diferencia de forma muito
mais marcante é o “clima”, as feições que cada uma das ruas pelas quais se
passa, principalmente, na infância e na juventude, e que se espalham, para
sempre, em detalhes e decorrentes lembranças.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="9" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">As ruas nos
deixam como herança seu próprio ritmo, no compasso dos nossos passos, das
brincadeiras de fim de tarde nas suas calçadas sossegadas, dos olhares trocados
em silêncio com aquela menina bonita que morava na outra rua.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="10" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">Deve ter sido
por essas e por outras que Mario Quintana celebrizou seu poema “mapa da cidade”,
falando das ruas “que não andei (e há uma rua encantada que nem em sonhos
sonhei...)”. Pois, o mapa de cada cidade é delineado pelas veias e artérias que
as ruas desenham em seu contexto e muitas delas escapam por vertentes e deságuam
em território ignorado.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="11" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">No entanto,
aquelas ruas que compõem os nossos trajetos possuem papel destacado no relato do
que já vivemos.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="12" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">Afora isso, nos
tornamos íntimos ao nos referirmos às ruas. Citamo-las pelos nomes de batismo
como se fossem personagens da nossa família: rua Direita, rua do Bonde, rua do
Fogo, rua da Forca, e assim por diante. Intimismo que as ruas proporcionam pela
singularidade de estarem inseridas no cotidiano de todos como parte integrante
da paisagem.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="13" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">E de lembrança
em lembrança, ao me debruçar sobre o teclado do computador para redigir essa
crônica, vi desfilarem frente aos meus olhos algumas ruas especiais. Ruas de
Campanha e de outros tantos lugares em que morei.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="14" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">As preferidas,
entretanto, continuam sendo aquelas da infância, onde brinquei. Porém, me
permito destacar outras tantas de outras épocas que, também, me encantaram, e
que, ainda, continuam a caminhar comigo, como a rua Alice, no bairro das
Laranjeiras, no Rio de Janeiro, que traz à memória momentos alegres e
inesquecíveis.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="15" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">De passos é
feita a caminhada, e por entre as ruas que passamos ecoam os sons das
engrenagens de que é feita a história de vida de cada um, em que há sempre uma
rua a assinalar o melhor momento e a eleger a mais expressiva
recordação.</span></div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="16" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;"></span> </div>
<br />
<div sizcache="1" sizset="17" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;"></span> </div>
<span sizcache="1" sizset="18" style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">
</span><br />
<div class="fr0">
<br /> </div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-90987431008766771112012-12-13T10:13:00.001-08:002012-12-13T10:13:11.969-08:00OS FENÔMENOS ASIÁTICOS<br />
<div style="text-align: justify;">
<strong><em>Tarcísio Brandão de
Vilhena</em></strong><br /><br />Muito se tem falado ultimamente sobre assimilação à
cultura ocidental pelos os Asiáticos. Na música erudita sempre surgem
instrumentistas que alcançam o estrelato. Três são os paises que mais contribuem
ao surgimento de pianista ou violinistas que se dedicam à interpretação da
musica erudita ocidental. A China é o país com consideravel número de
instrumentistas, seguida pelo Japão e Coréa do Sul, cuja orquestra Filarmônica
de Seul alcançou renome internacional. Alguns maestros asiáticos chegaram ao
estrelato como o Sul Coreano, Myung-Whom Cung, maestro titular da Filarmônica de
Seul, dono de uma técnica impecável e de notável sensibilidade na condução de
partituras dificeis como as de Mahler, cuja leitura ele a faz levando-se em
conta todas as matizes da musica, procurando interpretá-la tendo-se em conta
aquilo que o compositor se dispôs expressar.<br />Entre os vários instrumentista
Asiáticos, destaco tês pianistas Chineses que alcançaram fama internacional:
Youndi Li, Lang Lang e Yuja Wan.<br />Yundi Li é o mais virtuoso dos três e com
uma extraordinária técnica. Ele não auto se promove como Lang Lang o faz,
resultado é uma musica de melhor qualidade, reconhecida por quem realmente
importa e entende. Lang Lang, o que está mais em evidência, não sacraliza a
música clássica. Veste cores fortes nos concertos e lançou até um tênis com seu
nome. Viaja em seu jato particular. É a ponta de lança de um processo musical
muito mais amplo pela expansão da influência chinesa no mundo do que pelos os
seus méritos musicais. </div>
<br />
<div class="descricao" style="text-align: justify;">
Na verdade, esses interpretes
asiáticos estão longe de alcançarem o refinamento de Marta Argerich e de Nelson
Freire, não se falando no extraordinário refinamento e no alto rigor técnico de
Maurizio Pollini. interprete extremamente intelectual. </div>
<br />
<div class="descricao" style="color: black; text-align: justify;">
Só um país com
1,3 bilhão de habitantes poderia ter 100 milhões de estudantes de música – e de
fãs potenciais do compatriota Lang Lang, venerado pelos adolescentes chineses,
é, aos 29 anos, um dos pianistas mais bem remunerado do mundo.<br />Aos olhos do
Ocidente, Lang Lang estreou em 1997, ao gravar para o selo independente
norte-americano Telarc. Logo foi contratado pela Deutsche Grammophon e, há pouco
mais de um ano, transferiu-se para a Sony, o que lhe rendeu luvas de 3 milhões
de dólares. <br />Lang Lang é uma espécie de bilhete premiado. Se 1% da população
chinesa comprar um de seus CDs, o investimento estará pago pelas próximas
décadas, segundo especialistas. Essa expectativa não é exagerada: ela se baseia
no fato de que, na China, a música clássica tem uma imagem de juventude,
parecida com a do pop no resto do mundo.<br />Lang Lang já tem seu próprio modelo
de tênis Adidas, em tiragem especial de 100 mil pares. Nas apresentações, ele
veste paletós acintosamente acetinados, de tons vivíssimos. Em resumo: é o que o
público chinês quer consumir. Martha Argerich e Nelson Freire jamais gravariam,
como fez Lang Lang, o vídeo, visto por 1,7 milhão de pessoas no YouTube, em que
toca um trecho do Concerto Nº 3 de Prokofiev – justamente a peça que celebrizou
a pianista argentina. O músico intercala sua performance com gestos de kung fu
inspirados nos jogos de videogam. É hilário, engraçado, vivo. Lang Lang adora a
música clássica, mas não a SACRALIZA.<br />Ele toca como um ginasta, uma máquina.
Aliás, excetuando-se Yundi Li, dono de uma apurada técnica e de extraordinário
vistuosismo - essa é uma caracterista dos pianista asiáticos, sejam eles os
Chineses ou Sul Coreanos. Yuja Wan celerizou-se pela velocidade, é a pianista
que consegue o maior numero de notas por segundo. Faltam-lhes, entretanto,
sensibilidade na interpretação de obras como principalmente as de Chopin que
exige alem de uma apurada técnica, necessita de alma, coisa que, ao que parece,
não compõe a cultura asiática.. <br />Tecnicamente, Lang Lang é irrepreensível,
como tambem Yuja Wang o é. O problema está no que os críticos identificam como
ingenuidade artística. Ambos entende a música clássica ocidental como uma
técnica. E isso, provalvelmente, tem a ver com a história.<br />Pesquisando, vim a
saber que o jesuíta italiano Matteo Ricci desembarcou em Pequim no ano de 1601,
disposto a iniciar a cristianização da China, trazia um cravo de presente para o
imperador Wanli, da dinastia Ming. Ricci esperou nove anos até ser recebido na
Cidade Imperial. Ao ver o desconhecido instrumento, o soberano encantou-se e
quis ter aulas. Outros jesuítas instalaram órgãos de igreja por lá. Era o
primeiro contato dos chineses com a música clássica ocidental. No século
seguinte, o imperador Kangxi aprendeu a tocar cravo e fez publicar um manual com
ensinamentos ocidentais e chineses lado a lado. Mais tarde, o imperador Qianlong
chegou a ter seu exército de eunucos cantando como os "castrati italianos".
<br />Porem, o impulso decisivo para o desenvolvimento da música clássica na China
foi a chegada a Xangai de refugiados russos, entre eles czaristas e judeus,
expulsos pela Revolução de 1917. No ano seguinte, aportou na cidade o pianista e
maestro italiano Mario Paci, que, doente, lá permaneceu e acabou montando a
primeira orquestra de música ocidental da China. Décadas depois, a expansão do
gênero foi interrompida, no único episódio histórico em que o piano foi banido
de um país – no caso, pela Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung, que, entre 1966 e
1976, destruiu instrumentos e partituras. Dezenas de professores dos
conservatórios se suicidaram e sinfonias ocidentais só voltaram a ser executadas
após a morte de Mao.<br />De lá para cá, o piano paulatinamente deixou de ser um
“corpo estranho”. Hoje, é responsável pelo “grande salto” do país na área
musical. O maior boom do instrumento no mundo se deu justamente via Lang Lang.
Quase tudo na China tem dimensões monumentais, e a música clássica não é mais
exceção. O Conservatório de Sichuan, em Chengdu, que possui 800 salas para
estudo de piano, está concluindo uma ambiciosa ampliação, que o deixará com 10
mil. É um dos nove megaconservatórios do país, para onde se encaminham os
aspirantes a Lang Lang. Seu instrumento está em primeiro lugar na preferência
dos estudantes chineses, seguido por violino e violoncelo – estima-se em 50
milhões o total de crianças e adolescentes martelando diariamente pianos de
armário. Se isso garante um mercado gigante, representa também uma concorrência
terrível. Desde muito cedo, Lang Lang mentalizou que precisaria ser “o número
1”. A família pobre investiu o que tinha e o que não tinha. O pai largou o
emprego e a mãe sustentou marido e filho em Pequim com um salário de telefonista
em Shenyang.<br />"É não apenas curioso mas também sintomático que a educação
musical chinesa seja famosa pelo método Suzuki, de treinamento mecânico baseado
em repetição e memorização". <br />Quando se fixou nos Estados Unidos, Lang Lang
foi criticado por ter técnica demais e sentimento de menos – ouviu isso nas
aulas do pianista e regente Daniel Barenboim. Resultado: "o chinês logo se
bandeou para os maneirismos exagerados. "Tornou-se over". "Em vez de uma
lágrima, chora convulsivamente ao piano. Em vez de um meio sorriso, estoura em
gargalhadas, como se o público precisasse de doses exageradas de emoção e
virtuosismo para se interessar pelo que rola no palco". “Quero reproduzir a
sensação do balanço de Tiger Woods e da enterrada de Michael Jordan”, explica.
De que ele sabe tocar piano, ninguém duvida. Que ele e Yuja Wan têm uma técnica
fenomenal, superlativa, também é óbvio. Falta no caso de Lang Lang, controlar os
excessos. Mas, se justamente os excessos – tanto ao piano quanto no modo de se
vestirem. <br />Yuja Wang com decotes generosos e saias curtissimas exibindo as
pernas. Consta que Yuja ao se apresntar com um vestido curtissimo, como
solista do concerto nº II para Piano e Orquestra de Rachmaninov, provocou a
reação dos musicos sob alegação que a sua vestimenta prejudicava a concentração
dos músicos.<br /> Se as maneiras de Lang Lang constituem a razão de seu sucesso
planetário, não seria o caso de nos perguntarmos o que sua maneira de tocar diz
sobre nós mesmos”?<br />Ela indicaria que somos parte de uma sociedade do
espetáculo, em que o show não pode parar – e as novíssimas atrações precisam se
suceder vertiginosamente, cada uma mais extravagante e bizarra que a anterior.
Engrenagem perversa, em que tudo se faz para chamar a atenção de nossos ouvidos.
Em sua precoce autobiografia, Lang Lang diz que, em 2000, aos 18 anos, teve uma
das maiores emoções de sua vida: “Eu faria os concertos em seguida às
apresentações de Evgeny Kissin, um pianista russo dez anos mais velho, que eu
adorava desde garotinho. Kissin ocupava a sala de estudos próxima à minha e
fiquei empolgado por estar perto do homem que admirava tanto”. Mas Kissin
pertence a formidável escola Russa só isso ja é o bastante. </div>
<br />
<div class="htmlBody">
<br /></div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-35311820796085920142012-11-09T07:42:00.003-08:002012-11-09T07:42:43.272-08:00Teatro da Opera de Budapeste - 1884<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<div class="cntr" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img alt="" height="332" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_937-alt-magiar%20C.jpg" width="500" /></div>
<br />
<br />
<h4 class="tituloPost">
<a name='more'></a></h4>
<br />
O Teatro de Ópera de Budapeste não é somente uma das mais importantes
relíquias dessa cidade, como símbolo das tradições operísticas húngaras que já
completaram mais de 300 anos.<br />
<br />
Na presença do Imperador Francisco José I, numa cerimônia de grande pompa, o
Real Teatro de Ópera de Budapeste, seu nome de batismo, foi inaugurado em 27 de
setembro de 1884. Era uma inauguração há muito esperada pelos húngaros.<br />
<br />
Tal era a ansiedade da multidão que não houve controle possível e logo que as
portas se abriram o saguão foi invadido, todos queriam ao menos dar uma olhada
no palácio da música. E ninguém se decepcionou, ao contrário, saíram todos
maravilhados com o que viram.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
O grande lustre em bronze, originário de Mainz, e o mecanismo que regularia o
palco, feito em Viena, foram aprovados por ser a última palavra em
tecnologia.<br />
<br />
Mas quem inaugurou o prestígio de Budapeste como centro de grandes
interpretações na Música e na Dança foi ninguém menos que Gustav Mahler, o
grande compositor que foi regente em Budapeste de 1887 a 1891. Daí em diante o
Teatro de Ópera de Budapeste passou a ser considerado um dos templos da boa
música.<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="cntr">
<img alt="" height="393" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_936-alt-magiar%20A.jpg" width="500" /></div>
<br />
<br />
<br />
Em meados da década de 70 do século passado, o estado precário do prédio do
teatro levou as autoridades húngaras a organizar e patrocinar sua restauração.
As obras começaram em 1980 e terminaram em 1984.<br /><br /><br /><br /></div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-53047696304373436872012-11-02T07:26:00.001-07:002012-11-02T07:26:04.548-07:00Coluna de Nelson - ( 1840/43)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<div class="cntr" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img alt="" height="614" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_210-alt-London.jpg" width="450" /></div>
<br />
<br />
<div class="IdentificadorPost">
<b></b> </div>
<br />
<h4 class="tituloPost">
<a href="http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/11/02/coluna-de-nelson-184-43-semana-dos-monumentos-473208.asp">Coluna
de Nelson (184/43): Semana dos Monumentos</a></h4>
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<br />
<br />
Houve um tempo em que o mapa-múndi era quase todo da mesma cor. Era grande o
orgulho da rainha Vitória ao olhar o Atlas e ver a cor rosa indicando as terras
que pertenciam ao Império Britânico.<br />
<br />
E Londres, capital desse império, era seu centro político e econômico.<br />
<br />
<br />
<a name='more'></a><br />
<br />
<div class="cntr">
<strong>Praça Trafalgar</strong>, <em>foto tirada na metade da
década de 1890</em></div>
<br />
<div class="cntr">
</div>
<br />
Se hoje o poder da Grã-Bretanha já não é o mesmo, Londres continua a ser uma
das molas mestras da vida financeira, política e cultural do mundo.<br />
<br />
E a Praça Trafalgar é onde bate o coração da cidade apaixonante sobre a qual
disse Samuel Johnson: <em>When you grow tired of London, you’ve grown tired of
life.</em><br />
<br />
No centro da praça está a Coluna de Nelson, rodeada por duas fontes e por
quatro enormes leões feitos com o bronze dos canhões utilizados pela frota
francesa e capturados pela Marinha Britânica durante as Guerras Napoleônicas.
(Foram colocados na praça 25 anos após a inauguração da coluna).<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="cntr">
<img alt="" height="333" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_213-alt-trafalgar-square.jpg" width="500" /></div>
<br />
<div class="cntr">
<em>Londres como ela é: com chuva...</em></div>
<br />
<div class="cntr">
</div>
<br />
Erguida entre 1840 e 1843 para honrar a memória de Nelson, a coluna, em
granito, tem 46m de altura, sem contar com a estátua de Nelson, que mede
5m5.<br />
<br />
O Almirante Horácio Nelson, comandante vitorioso na Batalha de Trafalgar, a
que derrotou a Marinha Francesa e ajudou a enfraquecer o poder militar de
Napoleão, faleceu na batalha na qual foi o vencedor.<br />
<br />
Sua estátua foi colocada voltada para o Palácio de Westminster, nome oficial
das Casas do Parlamento.<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="cntr">
<img alt="" height="666" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_212-alt-Nelson.jpg" width="400" /></div>
<br />
<br />
<br />
O topo da coluna, em estilo coríntio, é decorado com folhas de acanto feitas
com o bronze dos vitoriosos canhões britânicos. A base, quadrada, apresenta
quatro painéis em bronze moldados com o metal dos canhões franceses e
representam as quatro grandes vitórias de Nelson: a batalha de Santa Cruz do
Tenerife, onde perdeu um braço; a Batalha do Nilo; a Batalha de Copenhagen; e na
face voltada para o norte, a morte de Nelson a bordo do HMS Victory, quando da
Batalha de Trafalgar.<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="cntr">
<img alt="" height="393" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_211-alt-plynth.jpg" width="400" /></div>
<br />
<br />
<br />
É tão grande a força simbólica da praça e de Nelson, que um dos planos de
Hitler era transferir a Coluna de Nelson para Berlim, se a Inglaterra tivesse
caído em suas mãos. Nelson é o maior herói militar inglês; foi um extraordinário
estrategista e um comandante muito amado pelos seus comandados. Orgulho da
Inglaterra, os nazistas sabiam bem o que queriam levar para Berlim. Mas ficaram
na vontade...<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="cntr">
<img alt="" height="288" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_212-alt-lion.jpg" width="400" /></div>
<br />
<br />
<br />
Quando os londrinos querem comemorar ou reclamar, é lá que se reúnem. Uma
curiosidade bem inglesa: a praça pertence à rainha, por Direito da Coroa; é
administrada pelo Departamento Administrativo da Grande Londres; as ruas que a
circundam pertencem ao Conselho da Cidade de Westminster, uma das duas cidades
que compõe Londres. A outra é a Cidade de Londres... Parece confuso, não é? Mas
funciona!<br />
<br />
<br />
<br />
<strong>Praça Trafalgar</strong>, Londres<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separador">
<hr />
</div>
</div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-51898481693023649312012-11-01T07:51:00.002-07:002012-11-01T07:51:05.987-07:00Coluna de Alexandre I - (1930/34<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<div class="cntr" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img alt="" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_18-alt-column-and-hermitage.jpg" /><a name='more'></a><br />
<br />
<br />
<div class="IdentificadorPost">
<b>Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de
Sousa - </b></div>
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<br />
São Petersburgo, conhecida como a Veneza do Norte por seus inúmeros canais e
mais de 400 pontes, é um projeto urbanístico que inspira respeito e que teve
início no reinado de Pedro, o Grande, em 1703. Mas não parou aí: os czares e as
czarinas que vieram depois cuidaram de embelezar a cidade dando-lhe todo o
esplendor monumental que possui.<br />
<br />
O fato é que uma área inóspita foi transformada numa cidade brilhante, onde
palácios, igrejas, conventos e mansões de dois andares obedeceram ao desenho de
uma sucessão de urbanistas e arquitetos, durante dois séculos.<br />
<br />
Por um curto e difícil período do século XX foi chamada de Leningrado e está
intimamente ligada aos acontecimentos que mudaram a face da Rússia: o Domingo
Sangrento de 1905 e a Revolução de Outubro de 1917. Além, é claro, de abrigar a
Estação Finlândia, onde Lenine desembarcou do exílio e aí começa a história de
todos muito conhecida.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="cntr">
<em>Praça do Palácio: ao fundo o Palácio de Inverno, hoje sede do
Museu Hermitage</em></div>
<br />
<br />
<br />
Quem gosta de Literatura, Cinema e História certamente já <em>conhece</em> e
já se apaixonou, como eu, por São Petersburgo. Infelizmente, é um amor
platônico, pois nunca fui à Rússia...<br />
<br />
Quem vai lá volta encantado com a grandiosidade dos monumentos numa paisagem
aberta para o mar, banhada por uma brisa suave, onde o estuco e o mármore, o
granito e o pórfiro, o brilho dos dourados contrastam com o verde dos parques e
o incrível azul das águas do Neva. Há quem se emocione ao descrever a
cidade...<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="cntr">
<img alt="" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_19-alt-Within-Winter-Palace.jpg" /></div>
<br />
<div class="cntr">
<em>Vista do Hermitage, o cenário é o arco que honra a
vitória sobre Napoleão em 1812</em><em> </em></div>
<br />
<br />
<br />
Na história do urbanismo São Petersburgo ocupa o único exemplo de um vasto
projeto que tenha se desenvolvido ao longo de séculos sem perder a harmonia,
apesar de passar por muitos estilos diferentes.<br />
<br />
Um dos casos muito elogiados é justamente a Praça do Palácio onde a
disparidade de estilos não entra em choque, nem os prédios dos palácios entre
si, nem tampouco com a maravilhosa coluna que homenageia o czar Alexandre I,
cujo reinado foi de 1801 a 1825, época das guerras napoleônicas.<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="cntr">
<img alt="" height="502" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_18-alt-alexander-column.jpg" width="350" /></div>
<br />
<br />
<br />
Obra realizada entre 1830 e 1834, a coluna, sem o pedestal, mede cerca de 26
metros de altura e 3m50 de diâmetro. Engenharia tão perfeita que ao ser colocada
no pedestal, não precisou de nada que a fixasse... Foi só encaixar. É um bloco
único de granito vermelho que já inspirou muitos poetas: quando o sol começa a
se pôr, e seus raios incidem sobre o vermelho da coluna, a praça ganha uma
tonalidade de sonho.<br />
<br />
No topo da coluna está a estátua de um anjo segurando a cruz – dizem que o
rosto do anjo foi moldado no rosto de Alexandre.<br />
<br />
<div class="cntr">
</div>
<br />
<div class="cntr">
<img alt="" height="524" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/11/129_128-alt-Columnangel.jpg" width="350" /></div>
<br />
<br />
<br />
No pedestal as decorações em baixos-relevos foram inspiradas nas glórias dos
imperadores romanos, com representações da Sabedoria e da Abundância; da Justiça
e do Perdão; da Paz e da Vitória. Na face voltada para o Palácio de Inverno,
pode-se ler a seguinte inscrição: <em>Para Alexandre, de uma Rússia
agradecida.</em><br />
<br />
<br />
</div>
</div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-84953974273673540752012-10-29T13:41:00.001-07:002012-10-29T13:41:08.006-07:00Coluna de Trajano (113 d.C.)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<div class="cntr" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img alt="" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/10/129_293-alt-trajano.jpg" /></div>
<br />
A Coluna de Trajano foi erguida para comemorar a conquista da Dácia
(território às margens do Danúbio, hoje Romênia), uma grande vitória do
Imperador Trajano. Em ordem absolutamente cronológica, estão esculpidas na
coluna as diversas etapas da guerra.<br />
<br />
Esse tipo de coluna, criado pelos romanos que o chamaram de “coclide” (nome
que se origina na palavra “chioccola”, caracol) tem as seguintes
características: o fusto (ou corpo) é composto por 18 blocos em mármore de
Carrara e é decorado por uma frisa contínua em baixo-relevo, com 200 metros de
comprimento, e que o envolve em espiral até o topo.<br />
<br />
<br />
</div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-35510370375807541612012-10-16T16:06:00.005-07:002012-10-16T16:08:55.944-07:00Santuário Histórico de Machu Picchu<div align="justify" class="cntr" style="clear: both; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;">
<img alt="" height="328" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/10/129_1636-alt-encaixe.jpg" width="500" /></div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
<div align="justify" style="text-align: justify;">
Em 1911, o arqueólogo Hiram Bingham III, professor-assistente na Universidade
de Yale, numa expedição à procura de Vilcabamba, última capital inca antes da
derrota definitiva para os espanhóis, em 1572, conheceu essa fantástica
cidadela.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify" style="text-align: justify;">
Estava coberta por densa vegetação, mas foi possível ver que as construções
eram feitas com as pedras cortadas com precisão e encaixadas sem necessidade de
argamassa, o que era típico dos incas.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Tudo indica que o local não fora visitado pelo conquistador espanhol, pois
estava intacto. Quando se diz que Bingham descobriu Machu Picchu, o que se quer
dizer é descobrir para o mundo, pois lá viviam duas famílias de camponeses
peruanos há algumas gerações.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
<img alt="" height="330" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/10/129_1636-alt-Bingham1922.jpg" width="180" />À esquerda <a href="http://fr.wikipedia.org/wiki/Machu_Picchu" target="_blank">foto tirada em
1911</a>, de um dos ajudantes de Bingham, no subsolo do Templo do Sol, do qual
ainda falaremos.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Após longas pesquisas, somente uma única referência a Machu Picchu foi
encontrada em documentos espanhóis, justamente a palavra <em>Picchu</em> em um
texto datado de 1568, dando a compreender que era palavra para designar o
imperador inca.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Acredita-se que a cidadela foi erguida por Pachacuti Inca Yupanqui
(1438/1470), o nono soberano dos Incas, em meados do século XV. Um construtor de
impérios, Pacachuti deu início a uma série de conquistas que veriam seu império
ocupar uma vasta extensão da América do Sul, desde o Equador até o Chile.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Localizada a leste da Cordilheira dos Andes, nas margens da floresta
amazônica, Machu Picchu fica na província de Urubamba, a 100 kilômetros de
Cusco, a Capital Histórica do Peru, como é por direito conhecida. Já falamos em
sua linda praça, mas devemos uma semana a <a href="http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_post=427131&ch=n" target="_blank">Cusco</a>.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
As ruínas estão no canyon formado pelo rio Urubamba (<em>foto abaixo</em>),
que contorna as duas montanhas que estão a 2438 m de altitude. Uma das montanhas
é Huayna Picchu, que em <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Quechua_languages" target="_blank">qechua</a>, linguagem dos incas, quer dizer <em>montanha
jovem</em>. É essa montanha, que domina a cidadela, que se tornou representativa
do local, pois a cidadela está a seu pés. </div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify" class="cntr">
<img alt="" height="343" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/10/129_1638-alt-rio.jpg" width="500" /></div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
De alguns ângulos dizem que é possível perceber a forma de um rosto humano no
topo de Huayna, a olhar para o céu, sendo que o pico da montanha seria o
nariz...</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
No entanto, é sobre o topo de Machu Picchu, cujo significado é <em>montanha
velha,</em> que a cidadela foi erguida<em>.</em> E assim ficou conhecida no
mundo inteiro. Hoje Patrimônio da Humanidade, Machu Picchu é um dos mais
procurados centros de turismo. Ainda bem que há leis severas a protegê-la...</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify" class="cntr">
<img alt="" height="308" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2012/10/129_1637-alt-lenita.jpg" width="500" /></div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Como fiquei muito tempo sentada nesse abrigo (<em>foto acima</em>) para
"beber" a paisagem com os olhos, gosto de acreditar que Bingham fez o mesmo e,
provavelmente, chorando de emoção. Eu confesso que chorei de emoção e também de
dor: os mosquitos "incas" têm dentes serrilhados, só pode ser, tal a devastação
que fizeram em minhas pernas, apesar de toda a indumentária e remédios para
afastar os monstrinhos. Ainda voltarei ao assunto, para falar dos turistas
alemães e ingleses, uns abnegados.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
<a name='more'></a></div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-40786530887182259332012-10-13T16:51:00.001-07:002012-10-13T16:51:30.025-07:00OS MARGINAIS DO PODER<div class="bb-md-noticia-autor" style="text-align: justify;">
MARCO ANTONIO VILLA - HISTORIADOR. É PROFESSOR DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS </div>
<br />
<div class="corpo">
<div style="text-align: justify;">
Vivemos um tempo curioso, estranho. A refundação da República está ocorrendo
e poucos se estão dando conta deste momento histórico. Momento histórico, sim. O
Supremo Tribunal Federal (STF), simplesmente observando e cumprindo os
dispositivos legais, está recolocando a República de pé. Mariana - símbolo da
República Francesa e de tantas outras, e que orna nossos edifícios públicos,
assim como nossas moedas - havia sido esquecida, desprezada. No célebre quadro
de Eugène Delacroix, é ela que guia o povo rumo à conquista da liberdade. No
Brasil, Mariana acabou se perdendo nos meandros da corrupção. Viu, desiludida,
que estava até perdendo espaço na simbologia republicana, sendo substituída pela
mala - a mala recheada de dinheiro furtado do erário.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Na condenação dos mensaleiros e da liderança petista, os votos dos ministros
do STF têm a importância dos escritos dos propagandistas da República. Fica a
impressão de que Silva Jardim, Saldanha Marinho, Júlio Ribeiro, Euclides da
Cunha, Quintino Bocayuva, entre tantos outros, estão de volta. Como se o
Manifesto Republicano de dezembro de 1870 estivesse sendo reescrito, ampliado e
devidamente atualizado. Mas tudo de forma tranquila, sem exaltação ou grandes
reuniões.</div>
<div style="text-align: justify;">
O ministro Celso de Mello, decano do STF, foi muito feliz quando considerou
os mensaleiros marginais do poder. São marginais do poder, sim. Como disse o
mesmo ministro, "estamos tratando de macrodelinquência governamental, da
utilização abusiva, criminosa, do aparato governamental ou do aparato partidário
por seus próprios dirigentes". E foi completado pelo presidente Carlos Ayres
Brito, que definiu a ação do PT como "um projeto de poder quadrienalmente
quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto".
Foram palavras duras, mas precisas. Apontaram com crueza o significado
destrutivo da estratégia de um partido que desejava tomar para si o aparelho de
Estado de forma golpista, não pelas armas, mas usando o Tesouro como instrumento
de convencimento, trocando as balas assassinas pelo dinheiro sujo.</div>
<div style="text-align: justify;">
A condenação por corrupção ativa da liderança petista - e por nove vezes -
representaria, em qualquer país democrático, uma espécie de dobre de finados.
Não há no Ocidente, na História recente, nenhum partido que tenha sido atingido
tão duramente como foi o PT. O núcleo do partido foi considerado golpista, líder
de "uma grande organização criminosa que se posiciona à sombra do poder", nas
palavras do decano. E foi severamente condenado pelos ministros.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, como se nada tivesse acontecido, como se o PT tivesse sido absolvido de
todas as imputações, a presidente Dilma Rousseff, na quarta-feira, deslocou-se
de Brasília a São Paulo, no horário do expediente, para, durante quatro horas,
se reunir com Luiz Inácio Lula da Silva, simples cidadão e sem nenhum cargo
partidário, tratando das eleições municipais. O leitor não leu mal. É isso
mesmo: durante o horário de trabalho, com toda a estrutura da Presidência da
República, ela veio a São Paulo ouvir piedosamente o oráculo de São Bernardo do
Campo. É inacreditável, além de uma cruel ironia, diante das condenações pelo
STF do núcleo duro do partido da presidente. Foi uma gigantesca demonstração de
desprezo pela decisão da Suprema Corte. E ainda dizem que Dilma é mais
"institucional" que Lula...</div>
<div style="text-align: justify;">
Com o tempo vão ficando mais nítidas as razões do ex-presidente para
pressionar o STF a fim de que não corresse o julgamento. Afinal, ele sabia de
todas as tratativas, conhecia detalhadamente o processo de mais de 50 mil
páginas sem ter lido uma sequer. Conhecia porque foi o principal beneficiário de
todas aquelas ações. E isso é rotineiramente esquecido. Afinal, o projeto
continuísta de poder era para quem permanecer à frente do governo? A
"sofisticada organização criminosa", nas palavras de Roberto Gurgel, o
procurador-geral da República, foi criada para beneficiar qual presidente? Na
reunião realizada em Brasília, em 2002, que levou à "compra" do Partido Liberal
por R$ 10 milhões, Lula não estava presente? Estava. E quando disse -
especialmente quando saiu da Presidência - que não existiu o mensalão, que tudo
era uma farsa? E agora, com as decisões e condenações do STF, quem está
mentindo? Lula considera o STF farsante? Quem é o farsante, ele ou os ministros
da Suprema Corte?</div>
<div style="text-align: justify;">
Como bem apontou o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, o desprezo
pelos valores republicanos chegou a tal ponto que ocorreram reuniões
clandestinas no Palácio do Planalto. Isso mesmo, reuniões clandestinas. Desde
que foi proclamada a República, passando pelas sedes do Executivo nacional no
Rio de Janeiro (o Palácio do Itamaraty até 1897 e, depois, o Palácio do Catete
até 1960), nunca na História deste país, como gosta de dizer o ex-presidente
Lula, foram realizadas na sede do governo reuniões desse jaez, por aqueles que
entendiam (e entendem) a política motivados "por práticas criminosas perpetradas
à sombra do poder", nas felizes, oportunas e tristemente corretas palavras de
Celso de Mello.</div>
<div style="text-align: justify;">
A presidente da República deveria dar alguma declaração sobre as condenações.
Não dá para fingir que nada aconteceu. Afinal, são líderes do seu partido. José
Dirceu, o "chefe da quadrilha", segundo Roberto Gurgel, quando transferiu a
chefia da Casa Civil para ela, em 2005, chamou-a de "companheira de armas". Mas
o silêncio ensurdecedor de Dilma é até compreensível. Faz parte da "ética"
petista.</div>
<div style="text-align: justify;">
Triste é a omissão da oposição. Teme usar o mensalão na campanha eleitoral.
Não consegue associar corrupção ao agravamento das condições de miséria da
população mais pobre, como fez o ministro Luiz Fux num de seus votos. É
oposição?</div>
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Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7767322745668523425.post-12457443827773549192012-10-02T17:24:00.003-07:002012-10-02T17:26:29.345-07:00VISÃO REPUBLICANA<h4 class="tituloPost">
Merval Pereira</h4>
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O 30º dia do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal trouxe duas definições fundamentais para o aperfeiçoamento da democracia brasileira: a maioria do plenário formalizou o entendimento de que houve compra de apoio político no Congresso por parte do Executivo, e o ministro Celso de Mello denunciou que essa prática, inaceitável, coloca em risco o equilíbrio entre os poderes da República.</div>
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O decano do STF pronunciou um dos votos mais importantes não só do processo em julgamento, mas da história do STF, definindo que “o Estado brasileiro não tolera o poder que corrompe e nem admite o poder que se deixa corromper”.</div>
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Também o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, deu a dimensão da gravidade do esquema criminoso que está sendo julgado ao concordar que ele é representativo “de poder ideológico partidário”, acontecendo “mediante a arrecadação mais que ilícita, criminosa, de recursos públicos e privados para aliciar partidos políticos e corromper parlamentares e líderes partidários”.</div>
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Os dois votos, e mais o de Marco Aurélio Mello, deram a maioria do plenário à tese de que o que houve foi a compra de apoio político, e não caixa dois eleitoral, tese que só o revisor Ricardo Lewandowski abraçou explicitamente.</div>
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Até mesmo Dias Toffoli, que nos tempos em que trabalhava para o PT disse que o mensalão “ainda está para ser provado”, admitiu que houve compra de votos no caso do PL. Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Gilmar Mendes foram taxativos quanto à compra de votos, e Rosa Weber aderiu à tese de modo indireto: disse que seguia integralmente o voto do relator.</div>
Mas o mais importante do dia foi mesmo o voto de Celso de Mello, pelo enquadramento do objeto do julgamento na ótica da preservação da República.<br />
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Ao votar a favor do crime de quadrilha, ele ampliou a interpretação, equiparando a “ameaça à paz social” feita pelos bandidos à insegurança provocada por “esses vergonhosos atos de corrupção parlamentares profundamente levianos quanto à dignidade e à respeitabilidade do Congresso Nacional”.</div>
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O decano defendeu que tais atos “devem ser condenados e punidos com o peso e o rigor das leis desta República”, pois “afetam o cidadão comum, privando-o de serviços essenciais, colocando-os à margem da vida”.</div>
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Esses atos “significam tentativa imoral e ilícita de manipular criminosamente, à margem do sistema funcional, o processo democrático, comprometendo-o”.</div>
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Ele fez questão de sublinhar a gravidade da situação ao definir como especialmente culpados “aqueles que ostentam ou ostentaram funções de governo”. Para ele, tal atividade “maculou o próprio espírito republicano”.</div>
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Sem referência explícita, Celso de Mello, no entanto, deixou claro o que pensa do governo que abrigou tal esquema de corrupção: “(...) Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder, como se o exercício das instituições da República pudesse ser degradado a uma função de mera satisfação instrumental de interesses governamentais ou desígnios pessoais”.</div>
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Para exemplificar o que considera como o oposto do que ocorreu no país, Celso de Mello recorreu ao professor Celso Laffer, segundo quem, "numa República, o primeiro dever do governante é o senso de Estado, vale dizer, o dever de buscar o bem comum e não o individual ou de grupos”.</div>
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Mello disse que “o cidadão tem o direito de exigir que o Estado seja dirigido por administradores íntegros e por juízes incorruptíveis”.</div>
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Em algumas ocasiões de sua fala, apontava para o alto ao se referir às altas esferas do Poder Público que estariam envolvidas no esquema criminoso: “(...) quem tem o poder e a força do Estado em suas mãos não tem o direto de exercer (o governo) em seu próprio proveito”.</div>
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Com a definição de que houve compra de apoio político num esquema sofisticado, com o objetivo de distorcer o funcionamento da democracia brasileira em favor do Executivo, o Supremo parte agora para a definição de quem arquitetou tamanho plano – de que são acusados os petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares – e, sobretudo, quem entre eles detinha o “domínio do fato”.</div>
Tarcísio Brandão de Vilhenahttp://www.blogger.com/profile/17786150877477472560noreply@blogger.com0